Em 1594 Turíbio Afonso de Mongrovejo fazia sua terceira visita diocesana e nessa oportunidade escreveu um relatório a Filipe II, rei da Espanha. Percorrera 15.000 km, administrando a crisma a 60.000 fiéis (entre eles três santos: Rosa de Lima, Francisco Solano e Martinho de Porres). A situação da América Latina hoje seria bem diferente se os seus sucessores e todos os cristãos tivessem nutrido os mesmos sentimentos e coerências daquele que foi chamado o Apóstolo do Peru e novo Ambrósio e que Bento XIV comparou a são Carlos Borromeu.
Nasceu em 1538, de família nobre em Leão, na Espanha. Estudou em Valladolid, Salamanca e Santiago de Compostela. Licenciou-se em direito. Em 1573 foi nomeado membro da Inquisição. O papa Gregório XIII nomeou-o arcebispo de Lima, que estendia a Jurisdição por Cuzco, Cartagena, Popayán, Assunção, Caracas, Bogotá, Santiago, Concepción, Córdoba, Trujillo e Arequipa. Mais de 6.000.000 de quilômetros quadrados. Chegou à América em 1581.
Ficou 25 anos exclusivamente ao serviço do povo de Deus. Reuniu dez sínodos diocesanos e organizou a Igreja da América. O sínodo provincial em Lima (1582) foi comparado ao concílio de Trento.
Amou e protegeu os índios e sua cultura. Com pequena dose de ironia no sínodo de Lima, convidavam-se os espanhóis, que se julgavam muito inteligentes, a aprenderem uma nova língua, a dos índios, pois se vangloriavam de serem mais inteligentes que estes. Turíbio fez questão de receber o viático justamente em uma capelinha indígena. Era o dia 23 de março de 1606, quinta-feira santa. Depois morreu enquanto o prior dos agostinianos tocava ao som de uma harpa os salmos 116 e 31. Fora nomeado arcebispo antes de ser padre. Dentro de um ano recebeu todas as ordens. Foi canonizado em 1726.
Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.