Filho de modesto alfaiate, Domingos Majela, e de Benedita Cristina Galella, era Geraldo o mais jovem dos cinco filhos do casal.
Nasceu em 1726. Contava 12 anos quando o pai morreu; tornou-se então aprendiz de alfaiate. Em 1740, quis ser capuchinho, mas como era magro e fraco, foi-lhe recusada a acolhida. Em 1741, pôs-se a serviço do bispo de Lacedônia. Uma vez morto o bispo, em 1745, Geraldo procurou estabelecer-se como alfaiate em Muro, sua cidade natal.
Sentiu-se atraído pela Congregação do Santíssimo Redentor, fundada havia 15 anos por santo Afonso de Ligório. Foi aceito. Durante o tempo do postulantado foi acometido de muitos escrúpulos. A 21 de setembro recebia grandes luzes do Espírito Santo; nesse dia fez o voto de fazer tudo o mais perfeitamente possível.
Quando, em 1754, Lacedônia sofreu uma epidemia e foi afligida por muitos escândalos, Geraldo realizou milagres edificantes, que converteram muitas pessoas. Nesse mesmo ano, uma jovem, perversamente, o caluniou odiosamente. Santo Afonso, diante do silêncio de Geraldo, proibiu-lhe a recepção da comunhão e todo relacionamento com pessoas de fora. Pouco depois transferia-o para Caposela.
A proibição de comungar era-lhe duríssima, mas procurava consolar-se, dizendo: “Eu o trago no coração. O Senhor deseja punir-me pelo pouco amor que lhe dedico, por isso, foge de mim. Não o perderei, contudo, jamais do meu coração”. À medida que os dias passavam, Geraldo mais e mais se sentia tentado a pedir a comunhão. Entregou-se à prática de grandes e austeras mortificações; escreveu nessa ocasião muitas palavras a respeito do sofrimento, da vontade de Deus, do seu desejo de santidade etc.
Os meses se passaram. Mas um dia a jovem caluniadora se retratou e santo Afonso imediatamente suspendeu a punição. E o bom Geraldo, numa alegria incontida, retornou a comunhão cotidiana.
Em 1754, Geraldo achava-se em Nápoles. De lá tornou a Caposela, onde exerceu o ofício de porteiro. Aí o chamaram “Pai dos Pobres”. Em fins de fevereiro de 1755 voltou a Nápoles. Em junho estava novamente em Caposela. Em agosto adoeceu; era o início da sua “hora”.
— “Experimento o purgatório nesta vida… Estou continuamente nas chagas de Jesus Cristo e as chagas de Jesus Cristo estão em mim… Sofro, e sofro sem cessar, as penas e as dores da Paixão de Jesus Cristo… É bem pouco o que eu sofro pelo amor de Jesus Cristo: Deus morreu por mim, e se ele quiser, quero morrer por ele”.
Ficava preocupadíssimo por dar trabalho aos irmãos, por acordá-los durante a noite para lhe ministrarem remédio ou cuidados.
No dia 15 de outubro, à noite, disse a um irmão: “Esta noite morrerei. Vista-me, pois quero recitar o Ofício dos Defuntos por minha alma”. Perto da meia noite, disse: “Temos seis horas ainda”. E nas suas últimas horas, repetia do fundo do coração o Miserere, insistindo nas palavras: “Pequei contra ti somente; purifica meu pecado”. Pelas duas horas, disse: “Meu Deus, onde estás? Que eu te veja!”. Depois: “Ajudai-me a unir-me a Deus”. Pelas 5 horas: “Depressa, depressa! Ir. Xavier, expulsas daqui esses ‘fidalgos’; que querem esses dois velhacos?”. A calma voltou: “Eis a Senhora! Prestemos-lhe nossas homenagens”. Um pouco antes dissera: “Olhai, irmão, todos estes escapulários em redor do quarto!”. Contemplava seu crucifixo e uma imagem de Nossa Senhora, diante dele. Depois disse: “Meu Deus, quero morrer para te agradar. Quero morrer para fazer a tua santa vontade”. Morreu mais ou menos às 7h30m. Vivera 29 anos, dos quais 5 como redentorista.
Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.