Adolfo nasceu por volta de 1185, filho do conde vestfaliano Simão de Tecklenburg. Foi educado pelos monges do célebre mosteiro de Camp, nas margens do Reno inferior. O exemplo dos monges cistercienses e a sua vida devotada a Deus exerceram forte impressão sobre o jovem filho do conde. Gostaria mesmo de ter entrado na Ordem e ter trabalhado e rezado qual irmão entre os monges confrades. Mas o pai se opôs; concordou, contudo, que o jovem estudasse teologia e, em seguida, recebesse a ordenação sacerdotal.
Embora Adolfo se sentisse muito atraído a uma vida humilde e obscura, deveu sacrificar esse desejo, pois vida de destaque foi o seu destino; seus talentos não podiam não ser explorados. Bem cedo, após a ordenação, tornou-se cônego da Igreja Metropolitana de Colônia, permanecendo por lá algum tempo. Em 1216 foi chamado para assumir a sede episcopal de Osnabrueck. Mesmo engalanado com a mitra, continuou a ser o sacerdote humilde que não era senhor de um rebanho, mas se sentia amigo e pai. Durante a sua gestão fez várias renovações de ordem eclesiástico-jurídica, mas o trabalho intelectual devia ceder às obras de caridade. Nelas o bispo desdobrou-se incan-savelmente. A sua casa estava aberta para todo o povo que chegasse com pedido ou preocupação. Pobres e acossados encontraram nele uma ajuda e advogado. Foi consolador boníssimo de enfermos e não se julgava demais dignitário para não visitar os míseros barracos, onde reinavam a indigência e o sofrimento a fim de conhecer e levar auxílio.
No dia 11 de fevereiro de 1224 morreu o grande bispo; seu corpo foi sepultado na catedral de Osnabrueck e exumado em 1651 sob o bispo Francisco Guilherme. A memória deste homem de benfazeja caridade, cheio de compreensão pelas necessidades dos pobres doentes, ficou viva no povo durante todos estes séculos.
É representado como bispo, de pé diante de um leproso. Consolava o leproso, lembrando a imagem do crucificado.
A lenda conta uma história que bem caracteriza a caridade do santo. O santo bispo costumava, chegando a Fuerstenau, entrar no quarto de um leproso. Consolava o infeliz em situação nada invejável e o animava a suportar o sofrimento por amor a Deus. Aos que o acompanhavam, estas visitas foram tudo, menos agradáveis; tinham medo de contagiarem-se com a doença temível além de não gostarem de esperar até que o bispo tivesse terminado a visita. Para acabar com tudo fizeram, sem que o bispo o soubesse, com que o doente se mudasse. Quando o bispo no dia seguinte, sem saber nada da mudança, fizesse a sua visita costumeira, não encontraria mais o seu protegido; já tinham preparado uma explicação sobre o desaparecimento do leproso. Mas as coisas deram-se de outra maneira; ficaram muito admirados que o santo não voltasse logo depois de ter entrado. O tempo passava. O que o bispo estaria fazendo no quarto vazio? Movidos pela curiosidade aproximaram-se e espiaram para dentro. Que surpresa! O doente estava deitado no seu leito e ouvia agradecido as palavras consoladoras do bispo, como nos outros dias. Por um milagre o doente voltara para o seu quarto. Deus concedeu àquele que fora duramente provado a felicidade de morrer nos braços do bispo. Profundamente envergonhados e comovidos, confessaram ao santo, arrependidos, o seu maldoso procedimento.
Extraído do livro:
Um santo para cada dia, de Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini.