Viver na esperança | Paulus Editora

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Igreja e Sociedade

31/10/2024

Viver na esperança

Por Jenniffer Silva

Em diversos países, no dia 2 de novembro é celebrado o Dia de Finados. A tradição de rezar pelos fiéis falecidos é uma prática existente na Igreja desde o século X e, a partir de 1311, foi assumida oficialmente por Roma.

De fato, este é um dia especial para todos que, à luz do Evangelho, enxergam a morte não como o fim, mas como o início da vida eterna. Contudo, nada apaga o sentimento da saudade daqueles que já se foram e isto é uma condição plenamente humana que deve ser vista com amor e empatia.

Passar pelo luto pode representar um caminho a ser percorrido sem a existência de uma luz que conduza os nossos passos, mas, quando ancorado na fé, pode-se ter, ao menos, pequenas chamas que, pouco a pouco, se transformarão em brasas capazes de mostrar qual caminho seguro escolher.

Além disso, a vivência do luto com esperança cristã pode ser um processo transformador. A dor, embora intensa, pode nos levar a uma reflexão mais profunda sobre a vida, a fé e o propósito. A experiência do luto pode incentivar a busca por um relacionamento mais próximo com Deus.

Para o padre Paulino, idealizador do projeto @umtomnoluto, Tom Viana: “Estar diante do mistério da morte será sempre um desafio. A morte mostra para nós que a vida é finita neste mundo. Entretanto, ela não tem a última palavra. A última palavra será sempre a do amor. Olhar para a morte não deveria ser o fim para nós que acreditamos em Jesus. Ele se apresenta como caminho para o nosso Pai do céu (Jo 14,6). Com Jesus, devemos saber que não estamos sozinhos. É preciso aprender a ser conduzido por ele sem precisar compreender tudo”, manifestou o sacerdote.

Na obra da PAULUS, Eu creio na vida eterna, o Cardeal Martini introduz o leitor nos temas fundamentais da fé e da esperança cristã: a vida depois da morte, o juízo, a ressurreição. Sua reflexão tem como ponto de partida o modelo da morte, instinto que não se pode cessar, mas que não deve se transformar em angústia paralisante do coração e da mente. Para o autor, “não existe nada mais consolador do que saber que o nosso corpo ressurgirá, que a morte e a consequente separação das pessoas queridas não são a última palavra”.

A vivência do luto com esperança é, portanto, um caminho que une a dor à fé. Acreditar que nossos entes queridos estão em um lugar melhor, em paz, e que um dia nos reencontraremos é um bálsamo para o coração.

Essa esperança não apenas alivia a tristeza, mas nos inspira a viver de forma plena. Afinal, a vida é um dom precioso e cada momento deve ser valorizado, mesmo diante da dor da perda.

Que neste dia 2, possamos lembrar e rezar por todos os que amamos e que já se encontram na presença do Pai.

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