Fica Técnica
Título: Perca tempo: é no lento que as coisas acontecem
Autor(a): Ciro Marcondes Filho
Coleção: Motivação
Formato: 13,5(larg) x 21(alt)
Páginas: 112 páginas
Áreas de interesse: Administração, Sociologia.

Livro faz um convite à reflexão sobre o tempo

O professor Ciro Marcondes Filho, jornalista e diretor do Núcleo de Estudos Filosóficos da Comunicação da Escola de Comunicação e Artes (ECA) da USP, é o autor do livro Perca tempo: é no lento que as coisas acontecem, lançamento da PAULUS Editora.

A obra é um convite à reflexão sobre o que se tornou a sociedade a partir do momento em que o relógio passou a existir; como esta e outras invenções que surgiram depois, agiram sobre o inconsciente das pessoas e fizeram com que, cada vez mais, a humanidade viesse a tentar imitar a perfeição e a infalibilidade da máquina.

“O estilo de personalidade neurótica de nossos tempos está, na minha opinião, muito atrelado à questão do tempo. Por termos muitas possibilidades (especialmente técnicas) à nossa disposição, achamos que temos a obrigação de realizá-las todas, que não podemos perder nem uma única delas”, explicou o autor.

Ao longo da obra, Marcondes mostra como o tempo mudou a cabeça das pessoas em diversas áreas de suas vidas. Fala sobre o impacto sofrido quando o homem começou a contar o tempo e sobre como a sociedade começou a almejar a perfeição das máquinas. O autor analisa também as consequências desta “perfeição”, que fez com que o ser humano se fechasse para o campo emocional, construindo à sua volta uma espécie de casco, uma barreira que impede que suas fraquezas, muitas vezes expostas através das emoções, sejam vistas.

Outro ponto tratado pelo autor é o poder da imagem. Nos dias atuais, tudo é imagem, tudo gira em torno da imagem. Tanto que o homem aprendeu a olhar sem ver, sem realmente perceber o outro. A sociedade tornou-se superficial, preocupada com o olhar.

Marcondes vai mais longe, oferecendo exemplos da vida prática acerca destes problemas todos: fala da ansiedade no trabalho, da competitividade estimulada na escola, pelo sexo feito de forma apressada e pelo modo como as pessoas comem na hora do almoço, balançando impacientemente as pernas. O autor aborda, inclusive, no capítulo 6, o comportamento das pessoas no trânsito.

Segundo o autor, a obra traz uma profunda reflexão sobre a vida, como já a faziam os antigos filósofos, e que hoje já ficou meio fora de moda, mas de uma forma amena, suave, agradável. Ele ensina a pensar, faz as pessoas refletirem e encontrarem as soluções por conta própria. Com linguagem acessível, temas e exemplos que envolvem e tocam a todos, a obra merece atenção, já que o mal da máquina pode ser curado.

Ciro Marcondes Filho é sociólogo, jornalista, doutor pela Universidade de Frankfurt, com pós-doutorado pela Universidade de Grenoble (França); publicou mais de 20 obras nas áreas de comunicação, jornalismo, televisão e novas tecnologias. E também atuou como vice-chefe do Departamento de Jornalismo e Editoração da ECA-USP e detentor da Cátedra Unesco de Divulgação Científica.