Ficha Técnica
Título: Entre a Filosofia e a Teologia
Autor: Carlos Eduardo de Oliveira
Coleção: Filosofia Medieval
Acabamento: Brochura
Formato: 16 cm x 23 cm
Páginas: 336
Área de interesse: Filosofia e Religião

Lançamento retoma o dilema entre onisciência e liberdade na visão de Guilherme de Ockham

A PAULUS apresenta Entre a Filosofia e a Teologia – Os futuros contingentes e a predestinação divina segundo Guilherme de Ockham. É possível que alguém saiba previamente as escolhas do homem, considerado livre em suas opções, sem privá-lo da sua liberdade? Como lidar com esta questão? Como pode Deus saber exatamente como será o nosso futuro e ainda assim sermos livres?
O título retoma um antigo debate que gira em torno da conciliação de elementos como liberdade, necessidade, livre-arbítrio, contingência e vontade, na visão do frade franciscanos inglês, do século XIV, Guilherme de Ockham.

Segundo Aristóteles, não é possível alguém saber previamente o resultado da escolha de um indivíduo sem influenciar a sua liberdade. De acordo com ele, os conceitos de liberdade nos supõem indeterminação, e isso não nos permite definir ou antecipar algo que ainda irá ocorrer. Tal pensamento vai na contramão daquele que defende a fé em um Deus onisciente, ou seja, que sabe exatamente como será o nosso futuro, mas mesmo assim, nos considera livres.

Na visão de Guilherme de Ockham, o dilema começa na opinião de Aristóteles, que lhe parece muito sensata, mas ao mesmo tempo é contrária às correntes teológicas. Segundo Ockham, se Aristóteles tiver razão e o conceito de fé estiver correto na compreensão do conhecimento divino, surge um novo e mais sério impasse. Seria possível alguma explicação que não leve em conta a separação entre o conhecimento divino e a nossa liberdade? E se não encontrarmos respostas, estaremos condenados a nunca ir além do ponto de partida da questão: afinal, onisciência e liberdade são compatíveis?

Carlos Eduardo de Oliveira é professor do Departamento de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do Centro de Estudos de Filosofia Patrística e Medieval de São Paulo (CEPAME), grupo que reúne, desde 1992, professores e estudantes de diversas universidades paulistas para a realização de eventos acadêmicos e seminários. Suas pesquisas concentram-se na área de História da Filosofia Medieval, principalmente em temas ligados ao nominalismo medieval e às filosofias de Tomás de Aquino e de Guilherme de Ockham.