Ezequiel, filho de Buzi, era sacerdote da linhagem de Sadoc e atuou no templo de Jerusalém. Era casado e ficou viúvo pouco antes dos babilônios tomarem Jerusalém. Como sacerdote, pertenceu à classe dirigente da cidade. Foi exilado para a Babilônia junto com a primeira leva de deportados (597 AC). Passou por profunda transformação: de dirigente em Judá para refém expatriado, perdendo seus privilégios.
Junto com o Segundo-Isaías (40-55), Ezequiel é profeta do exílio na Babilônia. Exerceu sua missão em meio aos exilados, entre os anos 593-571. De família sacerdotal, sua mensagem se parece muito com a de Isaías. Conscientizou a comunidade judaica, pedindo que olhasse com realismo a situação em que estava vivendo.
Era preciso misturar “sentimentos de perda e desânimo com esperanças num futuro de reconstrução: era preciso renascer das cinzas”.
O livro de Ezequiel, uns dos maiores escritos proféticos, pode ser dividido em cinco partes: vocação do profeta (1,1-3,21); oráculos sobre a destruição de Jerusalém (3,22-24,27); oráculos contra as nações (25-32); oráculos de salvação para Israel (33-39); visão da nova Jerusalém e do povo restaurado (40-48).
À primeira vista, o livro parece construído em cima de uma unidade de plano, mas uma visão mais acurada mostra que essa unidade aparente cai por terra.
Podemos destacar as principais mensagens do profeta Ezequiel:
1) A causa primeira da destruição de Jerusalém e do templo foi a infidelidade dos dirigentes políticos e religiosos. Deus os castigou com a destruição. Deus é ciumento e castiga quem segue falsos deuses.
2) Reconhece também a responsabilidade individual. Cada um será julgado e condenado por Deus segundo os próprios pecados.
3) Em meio aos estranhos, o povo deve manter-se “puro”, isto é, fiel as suas tradições, observando os estatutos e normas de Deus.
4) Mesmo reconhecendo a infidelidade do povo, Deus mostra-se misericordioso e não o abandonará e o fará retornar à terra de seus pais. Deus está presente também entre os exilados e será o seu redentor. Portanto o profeta foi importante para animar a comunidade no exílio.
5) Os que permaneceram em Judá são criticados por se considerarem os únicos herdeiros da terra prometida, para onde retornarão os exilados.
6) O profeta sonha ainda com a restauração e unificação dos dois reinos (Israel e Judá), sob um único pastor, um novo Davi, uma volta à dinastia davídica. Javé, porém, será visto como o bom pastor que cuida das suas ovelhas, exercendo a função de governante justo. O profeta, portanto, alimenta a esperança do retorno dos exilados.
Simples, objetivo e transparente. Com essa mesma transparência podia desmistificar ou até mesmo desmascarar os que se utilizam de Isaías e Ezequiel para justificar a queda de um filho torto de Deus, chamado Lúcifer, e que jamais existiu. Os exegetas têm razão quando não desmistificam certos fanatismos, pois o que seria da humanidade se perdessem o medo? Quem inventou e introduziu Satanás na Bíblia foi Jesus de Nazaré. Os judeus do AT não conheceram e não temiam entidades malignas. Bastavam-lhes o seu onipotente Deus dos exércitos, poderoso o suficiente para abençoar e punir.
Muito bom o estudo !!! Mas cometeram um equivoco, Ezequiel foi levado cativo na segunda leva não na primeira.
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