Profetas Bíblicos - Baruc | Paulus Editora

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Bíblia

04/08/2015

Profetas Bíblicos – Baruc

Por Nilo Luza

Sobre o profeta Baruc (abençoado) há muitos dados que não se cruzam quando confrontamos documentos diversos. Parece ser fruto de reflexão dos “judeus da diáspora”, judeus que, após o decreto de Ciro, permitindo voltar a Jerusalém, preferiram continuar no exílio. Muitos manuscritos da Vulgata nem trazem esse livro e nem todas as Bíblias o põem na seção dos profetas. Baruc provavelmente tenha sido discípulo e secretário de Jeremias. É pós-exílico, mas faz uma releitura do exílio babilônico.

Os “escritos da diáspora”, como é o caso de Baruc, retratam a situação da vida desse povo. O profeta procura mostrar as razões que explicam a resistência das comunidades da diáspora. Trata das relações dos exilados com Jerusalém – o vínculo que mantinham por meio de cartas e orações nas sinagogas com a capital –, da leitura da Escritura nas sinagogas e do culto da lei celebrado na comunidade.

“É o retrato de uma comunidade que vive longe de Jerusalém e quer ficar perto por meio da lembrança e da luta contra sua profanação. A intenção teológica perpassa pela visão do exílio como acontecimento decorrente da infidelidade do povo, e a possível saída está na conversão”.

O livro pode ser dividido, grosso modo, em quatro partes principais:

a) Confissão e oração de Baruc: onde apresenta uma profunda análise do pecado e da confissão, reconhecendo o erro do povo. Segundo a teologia deuteronomista, os erros do povo são vistos como causa da destruição e do exílio. A súplica de perdão invoca o evento histórico na tradição de Israel: a libertação da escravidão no Egito.

b) Um poema sapiencial: a contribuição da confissão e da oração mostra que a obediência aos mandamentos oferece a possibilidade de grande prosperidade. Os mandamentos, identificados com a lei de Moisés, são caminho para viver a justiça e uma vida feliz. A sabedoria é o valor mais precioso, pois é fonte de prosperidade. A observância da lei é o caminho que leva à sabedoria.

c) Um discurso profético: o exílio se tornou tempo de recordar o passado e dar credibilidade à palavra dos profetas. Assim, o discurso tem como objetivo animar a comunidade. Deus é apresentado com os atributos de Eterno e Santo, exprimindo sua santidade, sua diferença em relação ao ser humano, com frequência infiel, e a dimensão messiânica.

d) Carta de Jeremias aos exilados: é o assunto do capítulo 6, que procura indicar as atitudes do judeu perante os deuses estrangeiros. Os textos de Jeremias são utilizados como ponto de partida para uma análise sobre o choque entre a cultura helênica e a defesa da tradição.

1 comentário

27/7/2019

Helio Carvalho

Excelente escrito, vou utilizar na catequese de crianças no mês vocacional !