Somos seres em permanente formação. A vida nos convida continuamente para sairmos de nosso mundo, olhar, arriscar, ir além. O encontro com o outro é a uma grata oportunidade para nos fazermos mais humanos.
Diversidade, nossa maior riqueza e também nosso maior desafio. Educar hoje requer programas curriculares cada vez mais humanizados. As profundas e rápidas transformações também acontecem no mundo da educação. Sim, a escola precisa caminhar mediante as novas necessidades que são apresentadas, mas sempre voltada para uma educação integral onde o ser humano é prioridade.
A escola, para a maioria das pessoas, marca o início da convivência social. É aqui que, ao deixar a família, a criança estabelecerá novos contatos, irá aprender a desafiadora arte de conviver com o outro. Os primeiros anos de escolaridade, mais do que princípios de alfabetização, o pequeno ser, descobrirá pessoas. Pessoas diferentes, além das que fazem parte do vínculo familiar. Crianças da mesma faixa etária, semelhantes e diversas. Cada um com seu jeito de ser, sua maneira única de se comportar. Eis aqui um grande desafio: a arte de conviver.
Na antiga Grécia, a palavra pedagogo significava, aquele que conduz pela mão. Professor é aquele que, mais do que transmissão de conhecimento, irá conduzir seu pequeno discípulo para um mundo de possibilidades. Sabemos que a missão fundamental da escola é a alfabetizaçao, espaço para o conhecimento. Os valores vivenciados na família são reforçados na escola, eis a parceira que deve ser fortalecida. Não cabe aos educadores assumirem aquilo que é próprio do âmbito familiar.
Um professor vai além. Sua missão, executada num espaço e tempo determinados, transcende. “Ser professor significa mais do que ensinar… Significa iluminar… Formar seres humanos mais dignos! Confortar corações! Ensinar almas a evoluir! Benditos sejam os Mestres de nossa caminhada!” (Nicoli Miranda).
Professor é aquele que de uma forma ou outra marcará nossas vidas. E isso acontece desde a acolhida na chegada à escola e se perpetuará por todo o período da vida estudantil. Pois, mais do que referência acadêmica, ele é quem indicará caminhos e possibilidades. Professor não é quem detém o saber, mas quem deve instigar, desafiar, propor, ousar… “A missão do professor não é dar respostas prontas. As respostas estão nos livros, estão na Internet. A missão dos professores, é provocar a inteligência, é provocar o espanto, a curiosidade”. (Rubem Alves)
Professor, educador, mestre, pesquisador, doutor, mentor, sábio… Entre títulos, cargos, adjetivos, há uma missão humanizadora. Como o antigo pedagogo grego, professor é aquele que conduz pela mão. Aponta caminhos, sem determinar. Orienta, sem interferir. Possibilita, sem pressionar. O caminho será percorrido lado a lado.
Somos bombardeados por tantas informações. E são tantas inquietações, dúvidas, temores, Cada aluno traz sua história, seus sonhos, apresenta angústias. E na relação com o outro, surgem conflitos. A escola como espaço de diversidade, é também oportunidade para acolher, respeitar e valorizar a riqueza que somos: iguais, mas diferentes. Somos únicos. Sê inteiro: o outro me completa. “Como pode o homem
sentir-se a si mesmo, quando o mundo some? Como vai o homem, junto de outro homem, sem perder o nome?” (Carlos Drummond de Andrade). Professor mediador, estabelece relações. Articula espaços, oportuniza momentos, auxilia na resolução dos conflitos.
Dois irmãos, vizinhos, viviam em conflito há certo tempo. Um rio separava a propriedade de ambos. O irmão mais velho não suportando mais a situação contratou um operário e lhe disse: “Não aguentou mais olhar para o meu irmão, nem para sua família. Não desejo nem ver sua propriedade”. E ordenou: “Construa uma cerca alta suficiente para que não o veja mais. Irei até a cidade e volto no final da tarde, quero o trabalho pronto”. Ao retornar e ver o trabalho realizado, ficou furioso: “Eu mandei você construir uma cerca. O que você fez?” O operário respondeu: “Eu não sei fazer cercas, só construo pontes”. Enquanto conversavam o irmão mais novo vinha pela ponte ao encontro do irmão mais velho para um fraterno abraço de reconciliação. O homem estava de saída quando o irmão mais novo pediu: “Fique, temos outros serviços para serem executados”. O operário respondeu: “Preciso ir, tenho outras pontes para construir”.
Querido Rogério, estava sentindo falta de ler seus textos, que nos são saboreados com gosto de esperança por uma sociedade mais humanizada e feliz! Obrigada!
Fantástico!!!!!!
ÓTIMO, realmente muito bom! Parabéns ao colunista.