OS PEQUENINOS DO REINO
As palavras de Jesus proclamadas hoje vêm após o sermão sobre a missão, no capítulo 10 do Evangelho de Mateus. Nos capítulos 11 e 12, o evangelho mostra como Jesus realizava a missão e como enfrentava rejeição por parte do povo, dos parentes, dos estudiosos da religião, das lideranças políticas e religiosas.
Com uma oração, Jesus louva o Pai por revelar “estas coisas”, ou seja, os mistérios do reino de Deus, aos pequeninos, escondendo-as dos sábios e entendidos.
Sábios e entendidos eram os que entendiam de religião, aqueles que, com base na lei de Moisés, haviam transformado a relação com Deus num pesado fardo de leis para serem seguidas, na lógica segundo a qual quem merece é recompensado e quem erra é castigado. Os pequeninos de que Jesus fala, por outro lado, eram aqueles que sofriam o peso de uma religião que, em vez de libertar, aprisionava.
Não é difícil, portanto, entender que o louvor de Jesus era, afinal, a confirmação de sua fidelidade à missão que o Pai lhe confiara. Pois Jesus não veio para aumentar o sofrimento do povo, não veio para ensinar a obedecer ao conjunto de leis criadas pelos entendidos de religião. Jesus veio chamar à lei do amor misericordioso: “Quero misericórdia e não sacrifício” (Mt 12,7). O fardo de Jesus é leve porque ele propõe novo modo de se relacionar com Deus e as pessoas, mostrando que seu Deus era diferente daquele dos sábios e doutores do seu tempo.
Os pequeninos, cansados da religião do castigo, que dividia as pessoas em puras e malditas, reconhecem em Jesus o enviado por Deus para ensinar sobre mansidão e humildade de coração, para convidar à promoção de relações solidárias que constroem fraternidade.
Tomar o jugo de Jesus e aprender dele é tornarmo-nos pequenos e deixar que Deus reine em nossa vida. Aprender de Jesus manso e humilde não é nos resignarmos ao sofrimento, mas encontrar na dor do mundo a dor do próprio Deus e, com gestos de amor, ajudar as pessoas a encontrar o rosto amoroso e terno de Deus.
Pe. Paulo Bazaglia, ssp
É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.
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