8 de novembro: 32º Domingo do Tempo Comum | Paulus Editora

O Domingo
8 de novembro: 32º Domingo do Tempo Comum

PEQUENOS GESTOS QUE ENGRANDECEM

O evangelho nos apresenta duas cenas: numa, Jesus chama a atenção sobre o comportamento dos intérpretes da lei; noutra, ele observa as atitudes das pessoas na doação ao templo de Jerusalém.

Jesus está diante do tesouro do templo – ponto nevrálgico do judaísmo, onde se praticava exploração – e “tudo observa”. Ele não é um alienado que vive no mundo da lua. Está bem antenado com o que acontece em sua volta. Para ser boa discípula-missionária, a pessoa necessita estar bem atenta ao chão que pisa e ao ambiente que a rodeia.

A viúva, na Bíblia, é símbolo do pobre. Aqui ela é designada “viúva pobre”, símbolo máximo da marginalidade. Justamente o gesto dela é que chama a atenção de Jesus. Talvez os outros observem os grandes, que depositam vultosas somas e atraem a atenção com o barulho de suas moedas pesadas. A moedinha da viúva nem faz barulho ao cair no fosso do cofre. A generosidade dos ricos aprova e alimenta a instituição injusta e humilha os pobres.

As mulheres pobres, em geral, são generosas e desprendidas, não guardam nada para si. Captando seus gestos, somos levados a questionar a mesquinhez e a dureza do nosso coração, que se fecha a Deus e aos outros. Dar do que sobra é fácil (embora muitos nem isso consigam); difícil é dar da própria pobreza. O papa Francisco nos lembra que se deve desconfiar da “generosidade” que não dói.

Os “gestos insignificantes” das pessoas humildes e escondidas são os que constroem a comunidade. Elas nem sempre são reconhecidas e valorizadas. Suas atitudes e gestos silenciosos muitas vezes são os que fazem a diferença. Trata-se de pessoas que não buscam visibilidade nem status, são despojadas de tudo e não buscam o poder.

Podemos ver o outro lado da moeda. Falando do gesto da viúva, Jesus não estaria criticando a exploração dos pobres que acontece pelo caminho da fé? Em nome da religião e da fé, muitos pobres podem estar sendo despojados das suas poucas economias, até do pouco que têm para viver.

 Pe. Nilo Luza, ssp


O Domingo

É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.

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