23 de março – 3º DOMINGO DA QUARESMA | Paulus Editora

O Domingo
23 de março – 3º DOMINGO DA QUARESMA

CHAMADOS A PRODUZIR FRUTOS

Jesus é interrogado sobre sua posição a respeito de dois acontecimentos trágicos: a morte dos galileus, provocada por Pilatos, e a queda da torre de Siloé. Ele contesta a teologia da retribuição (para cada pecado, proporcional castigo) e nega que quem sofre desgraças seja sempre culpável.

Deus não é vingativo nem se alegra com a morte do pecador. As pessoas que morreram não eram mais pecadoras do que as que não foram atingidas. A morte daquelas não foi consequência de seus pecados, mas pode constituir um apelo à conversão. No relato pode-se ver ainda a denúncia contra um governo opressivo, que mata direta ou indiretamente.

De fato, constatamos também hoje a morte trágica de homens, mulheres e crianças. As catástrofes são consequência da precariedade da condição humana, mas também são desencadeadas pela omissão dos gestores públicos. Todos estamos rodeados de riscos, por isso a necessidade de estarmos vigilantes.

Para reforçar o apelo à conversão do povo judeu daquele tempo, Jesus conta a parábola da figueira estéril. Para os profetas, a figueira infértil era figura da infidelidade do povo de Deus. Apesar de não oferecer frutos, a figueira recebe mais uma oportunidade. Deus tem paciência e insiste, mas é necessário mudar, antes que seja tarde.

O apelo de Jesus não é válido somente para o povo do seu tempo, mas aplica-se também a nós hoje. Há necessidade de mudanças em nossa vida pessoal, social e eclesial – todos temos fraquezas. Precisamos de mudanças profundas, que não fiquem apenas na superficialidade. O objetivo é a edificação do Reino de Deus.

Como percebemos, os dois relatos do Evangelho nos trazem forte apelo à conversão – que é também o apelo do tempo da Quaresma. Conversão quer dizer mudança de direção, de mentalidade e de ação. É tempo de conversão, de produzir frutos que enobrecem a vida. O grande risco é acomodar-nos numa vida estéril, sem perspectivas, sem aspirações nem avanços.

Pe. Nilo Luza, ssp


O Domingo

É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.

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