30 de agosto: 22º Domingo do Tempo Comum | Paulus Editora

O Domingo
30 de agosto: 22º Domingo do Tempo Comum

O QUE ESTÁ NO CORAÇÃO

No tempo de Jesus, os grandes mandamentos de liberdade e vida, que Deus havia deixado no Sinai por meio de Moisés, tinham se transformado num conjunto bastante complexo de regras, que os evangelhos chamam de “tradição dos antigos ou tradição humana.

O que estava por trás dessas regras era a preocupação de manter-se puro diante de Deus. Não se tratava, portanto, apenas de questão de higiene. Por trás da obsessão por lavar utensílios e fazer abluções, estava o medo de contaminar-se, por exemplo, com objetos usados por quem não era judeu – e, portanto, por quem era considerado impuro.

Os entendidos de religião (mestres da lei e fariseus) criticam Jesus, pois ele parecia não se importar muito com a “tradição dos antigos”, já que não exigia dos discípulos o cumprimento daquelas regras que visavam manter a pureza religiosa. E então a resposta de Jesus revela a hipocrisia escondida em quem, para seguir uma tradição humana, acabava abandonando o mandamento de Deus.

Chamar ao mandamento de Deus é o que Jesus veio fazer. O mandamento original, do êxodo, quando um povo escravo e sem terra encontrou forças num Deus que caminhava junto rumo a uma vida nova, de justiça, liberdade e fraternidade.

Não por acaso, Jesus começou sua missão pública nos bolsões da miséria, junto aos doentes que a religião considerava impuros e malditos. E tocando os considerados impuros, Jesus os purificava com os gestos e as palavras, rejeitando esquemas religiosos que separavam as pessoas. Para Jesus, nada do que vem de fora pode tornar alguém impuro. A única impureza que contamina é a que está no íntimo do ser humano, no coração, que é o centro dos sentimentos e das decisões. E não pode tornar-se impuro, ou tornar alguém impuro, quem se aproxima e acolhe por amor.

Jesus nos convida a viver uma religião sem hipocrisia. Como é importante honrar e louvar a Deus com os lábios! Igualmente importante, no entanto, é ter um coração repleto de sentimentos nobres, capaz de espalhar o bem.

 Pe. Paulo Bazaglia, ssp


O Domingo

É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.

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