26 de março: 4º Domingo da Quaresma | Paulus Editora

O Domingo
26 de março: 4º Domingo da Quaresma

LUZ DE DEUS

A cura do cego de nascença é o sexto sinal de Jesus no Evangelho de João e acontece no contexto da festa das Tendas, a festa da água e da luz.

Naquele tempo, toda doença era considerada castigo de Deus por um pecado cometido, seja pela própria pessoa, seja por seus antepassados. Jesus, no entanto, não aceita essa ideia. A cegueira, para ele, era ocasião para manifestar que Deus age com amor. E então Jesus dá ao cego a possibilidade de enxergar. Mais que tudo, porém, o cego curado é iluminado por dentro, com a luz que é o próprio Jesus, num verdadeiro caminho de compreensão. No início, para ele Jesus é um homem (v. 11) que ele não sabia onde estava (v. 12), depois um profeta (v. 17) que vem de Deus (v. 33), para enfim ser declarado como o Filho do homem que ele vê e adora (vv. 35-38).

Para chegar à verdadeira iluminação e enxergar de fato, o cego curado precisou ser expulso da comunidade pelas lideranças que seguiam a cartilha do pecado e do castigo, preocupadas que estavam com a sã doutrina, mas indiferentes à dor humana. Simbolicamente, o episódio mostra que encontrar Jesus e deixar-se transformar por ele implica romper com a mentalidade segundo a qual Deus é cruel e castiga por gerações. E vale notar que, antes de tudo, é o próprio Jesus quem vê o cego. Um olhar diferente, de quem ama e manifesta a compaixão de Deus por quem sofre. 

A cegueira dos fariseus, por outro lado, alerta para atitudes religiosas que, por não se abrirem ao sofrimento humano, acabam se fechando em preconceitos. E o que são preconceitos, senão cegueiras que impedem de ver a bondade de Deus em realidades que estão diante dos olhos?

Este tempo de Quaresma é também tempo de iluminação. Os fariseus, que pensavam enxergar corretamente, permanecem cegos, enquanto o cego continua a nos convidar a um caminho de luz. Afinal, quais cegueiras Jesus pode curar em nós?

À medida que nos deixamos iluminar com a luz de Deus, nossos olhos vão vencendo preconceitos e permitindo olhar a nós mesmos e aos outros com olhar diferente.

Pe. Paulo Bazaglia, ssp

 


O Domingo

É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.

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