23 de junho – 12º Domingo do Tempo Comum | Paulus Editora

O Domingo
23 de junho – 12º Domingo do Tempo Comum

JESUS ACALMA AS TEMPESTADES

No relato do Evangelho, Jesus convida os discípulos a passar para a outra margem. Durante a travessia do mar, a ventania e as ondas ameaçam a barca. Os discípulos se apavoram e Jesus dorme tranquilamente.

O texto é carregado de simbolismo: o mar, as ondas e as tempestades são símbolos das forças do mal. A barca agitada pelas ondas pode representar a comunidade que enfrenta as adversidades da missão. O medo dos discípulos, por sua vez, pode significar que eles estão temerosos de entrar no mundo dos gentios – de ir além das fronteiras judaicas. É o medo de enfrentar o mundo desconhecido. Nesse sentido, o papa Francisco insiste que a Igreja não pode ficar trancada em si mesma, mas é desafiada a enfrentar os desafios existenciais, sociais e geográficos. É chamada a ser “Igreja em saída”, “Igreja missionária”. Isso exige ousadia, coragem e superação do medo. 

O sono tranquilo de Jesus revela a confiança em Deus. Pode indicar que Jesus está pondo os discípulos à prova: eles precisam começar a caminhar sozinhos, assumindo os compromissos do Mestre sem a presença física dele. Apesar dos perigos, precisam passar para a “outra margem” e enfrentar novos desafios. Ainda que Jesus não esteja fisicamente presente, quando temos fé no Ressuscitado, o mar se acalma e o medo desaparece.

A falta de fé provoca o medo que paralisa, que não deixa avançar e alcançar novos horizontes. Muitas vezes somos como pequeninas barcas agitadas pelas ondas e ameaçadas de afundar no desânimo. As etapas difíceis da vida pelas quais passamos – doenças, violência, desemprego, perdas pessoais, falta de sentido – tendem a deixar-nos paralisados, sem ação. É então que mais somos chamados a invocar “aquele a quem até o vento e o mar obedecem”.

A pergunta final dos discípulos – “quem é este?” – é a central do Evangelho de Marcos, que tem justamente o objetivo de responder quem é Jesus. A catequese da comunidade de Marcos, lançando luzes sobre o agir do Mestre, quer revelar sua identidade. Ele se revela mediante sua prática.

Pe. Nilo Luza, ssp


O Domingo

É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.

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