12 de fevereiro – 6º DOMINGO DO TEMPO COMUM | Paulus Editora

O Domingo
12 de fevereiro – 6º DOMINGO DO TEMPO COMUM

JESUS E A LEI

Na origem da palavra “religião” está o sentido do desejo humano de se “religar” ao sagrado. Embora o fanatismo tenha manchado a religião no decurso da história, os seguidores de Jesus são chamados a dar sabor ao mundo e iluminá-lo, sendo “sal e luz” (Mt 5,13-16).

A insistência de Jesus na defesa da vivência das Escrituras (Mt 5,17-37) – ou seja, da Lei – exprime que, em vez da obsessão por “mandamento”, a verdadeira religião se pauta na felicidade (bem-aventuranças), toca a existência e não se fecha em um emaranhado de regras e imposições, distantes da relação com a vida. A verdadeira religião humaniza e santifica.

Os fariseus e mestres da Lei eram especialistas em detalhar regras e preceitos, impondo fardos pesados aos outros, enquanto eles mesmos levavam uma vida de mentira e hipocrisia – aquilo que Jesus chamou contundentemente de “sepulcros caiados”.  Tinham, por assim dizer, uma lupa para enxergar os defeitos alheios e tapavam os olhos para os seus próprios.

Jesus não relativiza a Lei, mas a aperfeiçoa no mais alto grau, fazendo o bem, compadecendo-se, restituindo a dignidade dos fragilizados e caídos à beira do caminho. Ele ofereceu o sabor do céu aos que, neste mundo, são obrigados a experimentar o amargor do inferno.

Jesus levou tão a sério a Lei, que a viveu em sua plenitude, combatendo toda forma de escravidão e sujeição. “Enquanto houver céu e terra, nem um i ou til da Lei deixará de se realizar” (Mt 5,18). O “i” (yod) é a menor letra (porém a mais frequente) do alfabeto hebraico. Com isso, Jesus deixa clara sua fidelidade e autenticidade quanto à interpretação e prática da Lei. Ele a viveu de maneira radical. Portanto, quando ensina aos discípulos o “amai-vos” (Jo 13,34), esse ensinamento tem autoridade, porque Jesus é o próprio amor.

Com efeito, para o Mestre, uma fé autêntica não compactua com uma religião de fachada. A verdadeira espiritualidade evita e combate a cultura do ódio, os discursos e práticas ofensivos, o preconceito, superando assim a justiça dos fariseus de nosso tempo.

Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp


O Domingo

É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.

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