10 de novembro – 32º DOMINGO DO TEMPO COMUM | Paulus Editora

O Domingo
10 de novembro – 32º DOMINGO DO TEMPO COMUM

PEQUENOS GESTOS QUE CONSTROEM

A versão mais longa do Evangelho deste domingo nos apresenta duas cenas: em uma, Jesus chama a atenção sobre o comportamento dos intérpretes da Lei; em outra, observa as atitudes das pessoas ao fazerem sua doação ao templo de Jerusalém.

Jesus está diante do tesouro do templo e “tudo observa”. Está sintonizado com tudo o que acontece à sua volta. Assim também, quem se dispõe a segui-lo necessita estar bem atento ao chão que pisa e ao ambiente que o rodeia.

A viúva, na Bíblia, é símbolo do pobre. No texto de hoje ela é designada “viúva pobre”, símbolo máximo da marginalidade. Justamente o gesto dela é que chama a atenção de Jesus. Talvez os outros observem os que depositam vultosas somas, atraindo a atenção com o barulho de suas moedas pesadas. Já a moedinha da viúva, leve que é, nem faz barulho ao cair no fosso do cofre. A prodigalidade exibicionista dos grandes não só aprova e alimenta a instituição injusta, mas também humilha os pobres.

As mulheres pobres, em geral, são generosas e desprendidas, não se preocupam em acumular e guardar para si, mas partilham. Vendo seus gestos, somos levados a nos questionar sobre nosso coração, que corre o risco de ser mesquinho e duro, fechado a Deus e aos outros. Dar do que sobra é fácil (embora muitos nem isso consigam); difícil é dar da própria pobreza. O papa Francisco nos lembra que se deve desconfiar da “generosidade” que não dói.

Os gestos “insignificantes” das pessoas humildes e escondidas são os que constroem a comunidade. Elas nem sempre são reconhecidas e valorizadas, mas suas atitudes e gestos silenciosos fazem a diferença. Trata-se de pessoas despojadas que não vivem de aparência nem buscam visibilidade, status ou poder.

Podemos também ver “o outro lado da moeda”, igualmente muito atual. Falando do gesto da viúva, Jesus não estaria criticando a exploração dos pobres que ocorre pelo caminho da fé? Em nome da religião e da fé, muitos pobres podem estar sendo despojados de suas poucas economias, até mesmo do pouco que têm para viver.

Pe. Nilo Luza, ssp


O Domingo

É um periódico que tem a missão de colaborar na animação das comunidades cristãs em seus momentos de celebração eucarística. Ele é composto pelas leituras litúrgicas de cada domingo, uma proposta de oração eucarística, cantos próprios e adequados para cada parte da missa e duas colunas, uma reflete sobre o evangelho do dia e a outra sobre temas relacionados à vida da Igreja.

Assinar