VIGILANTES PARA NÃO SERMOS SURPREENDIDOS
Jesus está a caminho de Jerusalém e nessa caminhada vai ensinando seus seguidores a se prepararem para a futura missão. Depois de alertá-los para não terem medo, pois o Pai lhes confiou os mistérios do reino, e de convidá-los ao desprendimento, rompendo com a mentalidade consumista, Jesus os chama à vigilância: “Estejam com os rins cingidos e as lâmpadas acesas”.
Para ilustrar a necessidade da espera da vinda do Senhor, Jesus apresenta duas pequenas parábolas, que ressaltam a surpresa da sua chegada: a volta do senhor das núpcias, a qual é certa, mas sem que se saiba o momento em que ocorrerá; a vinda de um ladrão, que pode até nem acontecer.
Normalmente, quando falamos em vigilância, pensamos em algo negativo. Ligamos essa palavra a um Deus severo, que pune e castiga quem não segue fielmente seus ensinamentos. Por meio de seu Filho, Deus nos chama a viver uma religião que busca a paz, a fraternidade e a justiça, religião experienciada como espaço de liberdade e libertação.
Acostumados a viver a fé como herança familiar, não conseguimos descobrir que a vivência da religião nos torna mais humanos e dá novo sentido à vida. O apelo constante de Jesus a uma vigilância ativa leva-nos a sair de nós mesmos, desapegar-nos e mover-nos em direção ao outro.
Deus pode nos surpreender com suas visitas, mas sempre nos aguarda e nos acolhe com o abraço
carinhoso de Pai. Assim aconteceu com Pe. Virgílio, que partiu para a casa do Pai no início deste ano. Muitos certamente ainda se lembram dos artigos que Pe. Virgílio escrevia, pois foi redator de O DOMINGO por mais de trinta anos e também acompanhou o nascimento deste folheto da celebração da Palavra. Ele se empenhou para abordar a “realidade presente, contestando tudo aquilo que não combinava com o evangelho”. E afirmava com força seu objetivo: “Assim procedendo, não corremos o risco de celebrar uma liturgia desencarnada, virando as costas aos irmãos e irmãs mais sofredores, espoliados de seus direitos fundamentais, roubados de sua dignidade de filhos e filhas de Deus”.
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“(…) a evangelização jubilosa torna-se beleza na liturgia. A Igreja evangeliza e se evangeliza com a beleza da liturgia, que é também celebração da atividade evangelizadora e fonte dum renovado impulso para se dar” (EG 24).
Pe. Nilo Luza, ssp
O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.
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