PROGRAMAR O SEGUIMENTO DE JESUS
A programação faz parte da vida de toda escola, empresa, grupo organizado, instituição religiosa ou não. Para seguir Jesus, também é necessário fazer uma opção pensada, calculada e programada. O evangelho de hoje apresenta as exigências feitas a quem deseja seguir o Mestre.
Jesus está a caminho de Jerusalém, sabendo de tudo o que lá o espera. Tomar a atitude de segui-lo não é algo que se faz diante do entusiasmo fácil ou dos aplausos momentâneos, mas é resultado de decisão amadurecida. Ele deseja ter seguidores conscientes e responsáveis. Para isso faz algumas exigências.
Primeira: o desapego dos laços afetivos com a família. Para seguir o Mestre, precisamos ir além dos vínculos familiares, sem desprezá-los ou mutilá-los. A família é importante e sagrada, devemos zelar por ela, mas a prioridade é o projeto de Jesus.
Segunda: pôr em segundo plano os interesses pessoais. Muitas vezes, o individualismo, o egoísmo, o bem-estar individual não permitem que nos desapeguemos de nossos interesses e impedem que nos dediquemos ao reino e à sua justiça.
Terceira: estar livres diante dos bens. Os bens materiais devem ser postos a serviço da vida. Não é fácil o desapego deles, pois prendem o coração e amarram nossas mãos. E aí o reino de Deus fica em segundo lugar.
Quarta: estar dispostos a carregar a cruz. Não se trata de inventar cruzes nem buscar sacrifícios e mortificações, mas tomar decisões que requerem desapegos e, muitas vezes, geram conflitos. É uma escolha que supõe riscos e exige desprendimentos e renúncias.
Nem a todos Jesus faz as mesmas exigências, mas a todos os que desejam ser discípulos e discípulas pede que relativizem tudo o que não combina com seu projeto de vida e liberdade. Precisamos nos desfazer dos “ídolos” que vamos criando ao longo da vida.
A proposta do evangelho é especialmente válida para as comunidades. Elas precisam “sentar” para avaliar, projetar e programar sua ação em favor do reino, de modo que a evangelização não se torne uma “torre inacabada”.
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A segunda obra de misericórdia corporal: dar de beber a quem tem sede. Com o salmista, nós clamamos: “Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo” (Sl 42,3). Jesus pede à samaritana: “Dá-me de beber” (Jo 4,7). A água, na Bíblia, tem muitos significados. Dar de beber a quem tem sede é gesto que não será esquecido por Deus. A água é fundamental para a vida. É importante valorizar e preservar esse grande dom de Deus.
Pe. Nilo Luza, ssp
O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.
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