4 de fevereiro – 5º Domingo do Tempo Comum | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
4 de fevereiro – 5º Domingo do Tempo Comum

Aproximar-se e levantar os caídos

Na época de Jesus, a doença era vista como resultado da ação demoníaca. Muitos sofriam e eram excluídos por causa disso. Além da dor física e da impossibilidade de saber o que realmente tinham, deviam lidar com o julgamento e a exclusão por parte de quem os considerava possuídos por um espírito mau. Carregavam todos um grande fardo e pediam que Deus viesse em seu socorro.

Marcos – o primeiro, entre os evangelistas, a escrever sobre a vida e o ministério de Jesus – situa diversas curas no início da atividade do Mestre de Nazaré. Não é difícil imaginar que muito da popularidade deste derivou de sua ação curativa. O fato de essa atividade ser apresentada no início do Evangelho demonstra sua importância para as comunidades primitivas.

A ação de Jesus, entretanto – e é importante que isto esteja bem claro –, nada tem a ver com curandeirismo ou qualquer coisa do gênero. Para Jesus, assim como para as comunidades que receberam esses relatos, não se tratava simplesmente de uma cura física, mas de verdadeira libertação. Em outras palavras, o mal já não tinha poder sobre a pessoa, que podia agora voltar a viver e conviver normalmente. Jesus veio, portanto, para derrotar as forças do mal e instaurar o Reino de Deus.

Jesus entra na casa de Pedro e encontra a sogra deste enferma. Ele não profere nenhuma oração nem faz qualquer gesto ritual; simplesmente, aproxima-se dela e a levanta. Imediatamente, a febre deixa aquela mulher e ela põe-se a serviço de Jesus e dos seus. Muitas vezes, a indiferença e o descaso com os doentes pioram consideravelmente seu sofrimento.

Jesus é aquele que se aproxima, ou seja, interessa-se pelas pessoas e por seus problemas concretos. Todo o seu ministério encontra sentido nestes dois movimentos: aproximar-se e levantar. Pela sua encarnação, aproximou-se do ser humano da forma mais intensa que poderia fazer: assumindo sua natureza. Por meio de seu ensinamento e de sua ação em favor dos pobres e pecadores, busca reerguê-los e lhes concede vida plena. Por fim, sua morte é consequência das opções que ele fez e salvação para todos os que nele creem.

A ação de Jesus não é mera filantropia, mas nasce do contato íntimo e constante com Deus. É nesse diálogo de amor que ele encontra forças para continuar anunciando o Reino de Deus por toda parte e concedendo a plenitude da vida a todos quantos vivem excluídos e marginalizados. Aprendamos dele e façamos de nossa existência razão de esperança para todos os que sofrem.

Manoel Gomes Filho, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

Assinar