ENCONTRO QUE TRANSFORMA A VIDA
Ao passar por Jericó, Jesus é buscado, como que às escondidas, por um homem (Zaqueu) ansioso para ver quem é aquele rabi tão falado no ambiente palestino. Por ser chefe de cobradores de impostos, Zaqueu não era bem-visto pela população, que o considerava pecador e colaborador do império romano. Além disso, era muito rico, provavelmente por se beneficiar desonestamente de sua profissão.
O caminho de conversão de Zaqueu começa com a curiosidade: queria ver Jesus. Para vê-lo, sobe a uma árvore – maneira esquisita de uma pessoa “distinta” se comportar, negando sua condição social. Jesus cruza o olhar com o do “rico explorador”, chama-o pelo nome, convida-o a descer da árvore – misturando-se à multidão – e propõe jantar com ele em sua casa. Zaqueu se alegra, enquanto os outros murmuram por ver o Mestre se hospedar na casa de um pecador.
O encontro com Jesus transformou a vida de Zaqueu. Em sua casa, diante de Jesus, compromete-se a partilhar seus bens com os pobres e devolver em dobro aos que lesou. Zaqueu, a partir de então, rompe com o “deus mamona” (riqueza).
Jesus, que veio procurar e salvar o que estava perdido, alegra-se porque a salvação chegou à casa do rico. Para ele, a vida de quem é escravo da riqueza é vida perdida. Para esse rico, o evangelho se tornou boa notícia, a ponto de relativizar o estilo de vida abastada que levava. Descobre que o importante não é acumular, mas partilhar. Riqueza partilhada é vida para todos; acumulada, é morte para muitos.
É muito difícil construir o reino de Deus se não há partilha e distribuição de renda; se os mais ricos não se dispõem a compartilhar com os mais pobres, que deles precisam. Não é possível construir um mundo melhor, mais fraterno e justo, se não há mudança de mentalidade e atitude por parte dos mais favorecidos (que precisam partilhar) e dos mais pobres (que não devem se acomodar). Jesus ama também os ricos, convida-os a ser solidários e conviver com os pobres. Mas nem todos estão dispostos a assumir essa proposta.
* * *
A quarta obra de misericórdia espiritual: consolar os tristes. Deus é o verdadeiro consolador do seu povo: “O Senhor consola o seu povo e se compadece dos pobres” (Is 49,13). E convoca a comunidade a fazer o mesmo: “Consolai, consolai o meu povo” (Is 40,1). O Senhor consola seu povo com a bondade de um pastor, o afeto de um pai, o ardor de um noivo e a ternura de uma mãe. Paulo diz que Deus “nos consola em todas as nossas tribulações” (2Cor 1,4).
Pe. Nilo Luza, ssp
O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.
Assinar