APÓSTOLOS DA BOA NOTÍCIA
Se fizermos um exercício de observação das notícias veiculadas nos jornais diários, é provável que cheguemos à conclusão de que a maioria se refira a mortes e outras tragédias. Infelizmente as coisas positivas e geradoras de esperança ainda encontram pouco espaço. A solenidade de hoje, porém, convida-nos a uma atitude diferente: propagar a boa notícia.
Paulo e Pedro são duas importantes testemunhas da boa notícia, isto é, do evangelho. Os dois, cada um a seu modo, empreenderam esforços e sacrifícios para que a boa-nova anunciada pelo mestre não estagnasse, mas se espalhasse e gerasse vida em plenitude para a humanidade. O testemunho de ambos revela o rosto da comunidade fiel, que não teme proclamar a esperança.
Olhando a liturgia deste domingo, nota-se que o tema central é o testemunho dado pela comunidade cristã no seguimento de Jesus. O relato da primeira leitura apresenta Pedro como o protagonista da história. Mas o que está em jogo é toda a comunidade cristã nascente.
É interessante observar que, apesar de perseguida, a comunidade persevera unida. A intervenção divina na libertação de Pedro ocorre justamente para mostrar que Deus caminha junto ao povo unido. E também para ressaltar que os cristãos, à medida que se identificam cada vez mais com o Cristo, vão adquirindo o sentido de unidade e comunhão ante as perseguições sempre mais terríveis.
O apóstolo Paulo, por sua vez, faz um balanço da missão. Reconhece a graça de Deus atuando em sua vida. Revisa o passado, olha para a frente e deixa claro que o verdadeiro discípulo enfrenta muitos riscos. Mas não riscos descabidos. Os riscos que enfrenta são em nome do evangelho. Paulo livremente oferece a própria vida para que a boa notícia seja anunciada, ouvida e vivida por todas as nações.
No evangelho, a opinião dos discípulos acerca de Jesus vai além do senso comum. Pedro representa a comunidade. Sua declaração é a profissão de fé da comunidade: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo” (Mt 16,16). Dizer que Jesus é “o Cristo” significa afirmar que ele é o libertador, a esperança que Deus envia ao mundo para oferecer a salvação definitiva.
A festa de hoje, portanto, é uma convocação: somos chamados a reavivar nossa fé. Isso significa reavivar nosso testemunho de unidade e comunhão no seguimento de Cristo. A paixão dos apóstolos nos inspire nesse propósito.
Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp
O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.
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