BEM-AVENTURADOS OS POBRES E OS PERSEGUIDOS
O evangelho de hoje apresenta o início do sermão da montanha. Nele Jesus proclama bem-aventuradas oito classes de pessoas e antecipa a recompensa de cada uma delas. Os primeiros chamados bem-aventurados são os pobres no espírito, os que são pobres até mesmo no alento da vida, ou seja, em sua condição física. Eles apoiam a vida somente em Deus. Por isso, possuem, desde já, o reino dos céus. As outras bem-aventuranças são desdobramentos desta.
Jesus declara bem-aventurados os aflitos, aqueles que são vítimas da opressão e crueldade da sociedade. Serão consolados pelo próprio Deus. Também declara bem-aventurados os mansos, pois, apesar das tribulações que enfrentam, permanecem firmes no Senhor. Por causa de sua perseverança, possuirão a terra.
Na sequência, Jesus nos diz que os que têm fome e sede de justiça serão saciados, pois, se a justiça humana é falha, a divina não os decepcionará. Os misericordiosos, por sua vez, serão tratados por Deus com misericórdia, pois aprenderam a agir como o Pai (cf. Lc 6,36).
Jesus nos apresenta também os puros de coração como bem-aventurados e nos diz que verão a Deus. Irão vê-lo porque são transparentes, não têm falsidade. Em seguida o Senhor exalta os que promovem a paz, a qual não significa simplesmente ausência de guerra, porque a paz de Jesus é muito mais do que isso. Ela é sinônimo de vida com dignidade, segurança, realização.
Mais adiante o Senhor afirma que são bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça. Sua recompensa é a mesma dos pobres no espírito: o reino dos céus. Tanto os pobres como os perseguidos já possuem a recompensa: “deles é o reino dos céus” (vv. 3 e 10), o que demonstra íntima relação entre esta e a primeira bem-aventurança.
Por fim, Jesus declara bem-aventurados todos os injuriados e perseguidos por sua causa. No momento em que o evangelho foi escrito, era grande o número de cristãos perseguidos. As palavras da passagem evangélica de hoje tinham, portanto, o objetivo de animá-los. Esse objetivo permanece válido, pois ainda hoje há milhões de cristãos perseguidos por causa do nome de Jesus, motivo pelo qual vão receber grande recompensa no reino dos céus, reino que não é futuro, mas presente, pois o reino de Deus já está atuando na história.
Iorlando Rodrigues Fernandes, ssp
O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.
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