NÃO TENHAM MEDO!
O evangelho deste domingo pertence ao discurso de Jesus sobre a missão da comunidade cristã. São palavras dirigidas aos discípulos e discípulas que assumem a missão no seguimento de Jesus.
O evangelho repete três vezes “não tenham medo!” – sinal de que, nas comunidades daquela época, havia muito medo, em consequência da perseguição contra os cristãos. Medo de ser preso, ser perseguido e torturado, ser expulso da comunidade. Diante disso, muitas pessoas deixavam de dar testemunho de sua fé, abandonando a missão.
Hoje temos medo da violência, fruto do desemprego, da intolerância, da injustiça, que joga milhões na miséria. Nossa sociedade é uma das mais injustas do mundo. Meses atrás, foi divulgado que uma dezena de famílias brasileiras detém, juntas, a mesma riqueza que a metade da população mais pobre do país (cem milhões de brasileiros). Diante de tanta injustiça, como construir uma sociedade que viva em paz?
A proclamação e a vivência de nossa opção religiosa pelo evangelho frequentemente geram críticas. Podemos sofrer incompreensão ou até perseguição e morte quando nos empenhamos de verdade na construção do reinado anunciado por Jesus, combatendo as injustiças, a miséria e a arrogância.
Jesus encoraja seus seguidores a não ter medo, pois ele tem o controle de nossa vida e tem autoridade sobre o destino da pessoa em sua totalidade (corpo e alma). O cristão é convidado a depositar sua confiança em Deus, pois este não o abandona nas mãos dos perseguidores. Nosso Pai não se esquece de nenhum de seus filhos e filhas. Ele está sempre do lado do ser humano, que vale muito mais do que os passarinhos.
Deus é presença constante na nossa vida. Ele é a mão forte de que necessitamos para ter segurança na fraqueza, é a luz que ilumina nossos caminhos. Nossa vida está nas mãos de Deus, que nos livra do fracasso final. Essa certeza não nos acomoda, ao contrário, leva-nos a assumir o compromisso com seu reino.
* * *
Em 13/5/1917, próximo a Fátima, Maria apareceu a três crianças: Lúcia de Jesus dos Santos e seus primos Francisco e Jacinta Marto. As aparições continuaram até o mês de outubro daquele ano, sempre no dia 13. Muitas pessoas se dirigiam ao local, mas só as três crianças viam a Virgem. Até que em outubro, data da última manifestação, toda a multidão pôde ver o sol fazendo malabarismos no céu. Francisco e Jacinta morreram, respectivamente, em 1919 e 1920. Lúcia, em 2005.
Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós!
Pe. Nilo Luza, ssp
O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.
Assinar