23 de junho – 12º Domingo do Tempo Comum | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
23 de junho – 12º Domingo do Tempo Comum

SE AS ÁGUAS DO MAR DA VIDA…

Uma conhecida canção cristã começa com estas palavras: “Se as águas do mar da vida quiserem te afogar, segura na mão de Deus e vai…”. A figura do mar retrata bem a situação das primeiras comunidades da Igreja nascente. O mar, mesmo calmo, transmite-nos uma ideia de mistério. Desconhecemos o que ele esconde e a força de suas águas. Quando se trata de mar impetuoso, então, somos tomados de pavor e nos sentimos ameaçados. Temos a impressão de que seremos abocanhados por suas ondas violentas. Essa foi possivelmente a sensação dos discípulos de Jesus. Diante do real perigo de o barco ir a pique, eles pedem a imediata intervenção do Mestre.

Cabe aqui breve reflexão sobre o aparente silêncio de Jesus e sobre a qualidade de nossa fé. Com efeito, no barco está Jesus com seus discípulos e, curiosamente, ele dorme, apoiado num travesseiro. Atitude inesperada: como era possível que ele conseguisse dormir “quando as ondas se lançavam dentro da barca”? Talvez planejasse ensinar aos discípulos como se comportar no meio das adversidades. Pois eles ainda não tinham aprendido que, quando Jesus está presente, não há motivos para medo ou desespero. Por isso, Jesus lhes chama a atenção (Mc 4,40).

Penso que existe uma fé interesseira ou utilitária. É aquela que expressamos nas horas de aperto ou de grande urgência. Imagine o caso de uma doença grave. Apelamos para Deus, como se ele fosse nosso pronto-socorro. Prefiro que nossa fé seja fruto da amizade com o Senhor. Isto é, uso todos os meios ao meu alcance e, porque sou amigo de Deus, confiante peço seu auxílio. E Deus, que conhece o íntimo de cada um de seus filhos e filhas, saberá o que fazer. Não se trata, portanto, de jogar tudo nas mãos do Senhor, mas de colocar nossos dons e unir nossas forças para juntos – Deus e eu/nós – encontrarmos a melhor saída. Assim, chego até Deus com humildade e total confiança, aceitando que ele faça sua vontade, realize o que for melhor.

Saindo do âmbito pessoal e aplicando esta reflexão à realidade da Igreja, podemos afirmar que não há missão evangelizadora sem a presença e a ação do Cristo ressuscitado: “Eu estou com vocês todos os dias, até o fim dos tempos” (Mt 28,20).

Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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