23 de julho: 16º Domingo do Tempo Comum | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
23 de julho: 16º Domingo do Tempo Comum

O REINO REQUER PACIÊNCIA

O reinado de Deus é a boa semente semeada pelo Filho do homem, o trigo que cresce no mundo em meio a situações difíceis, superando forças contrárias.

Os empregados da parábola do joio e do trigo são impacientes. Querem acabar logo com o joio. Fazem pensar nas atitudes imediatistas, vingativas e violentas que acabam gerando injustiça, porque mesmo em corações malvados se podem encontrar sementes de bondade.

A boa semente que o próprio Jesus semeou tem em si o poder de germinar e frutificar, mesmo em meio ao joio. Mas, como as sementes precisam de tempo, o Reino também requer paciência.

É com paciência que Deus age. Deus não quer separar, mas dar tempo para que o Reino aconteça no mundo, e não fora dele. Jesus é o espelho dessa paciência divina, ao rejeitar o pecado e perdoar o pecador, ao procurar aqueles que a sociedade rotulava como malditos, ao acolher em vez de excluir.

Na explicação de Jesus, o joio são os “filhos do maligno”, as pessoas que pactuam com a maldade. Muitas situações e forças são claramente contrárias ao projeto de vida que Deus deseja. Mas, concretamente, não é o caso de fazer a “caça ao joio”, até porque não seria tão simples identificá-lo. E, sempre que se exclui alguém, algo de bom também se perde. Além disso, fazer justiça com as próprias mãos não é algo que o Mestre ensinou.

Aprender com a paciência de Deus, em vez, é o convite do evangelho. Paciência não é conformismo, mas a esperança ativa de que o Reino está em curso, transformando a história, como a menor das sementes que naturalmente se torna grande planta, como o fermento que tem a força de transformar toda a massa (cf. Mt 13,31-33). É a certeza de que Deus, e não o mal, tem a primeira e a última palavra.

O Reino é o homem semeando no campo, é a mulher fermentando a massa, somos todos nós trabalhando juntos para melhorar este mundo. Um trabalho paciente, dando tempo ao tempo, sobretudo para conviver com o joio. Não somente o joio que costumamos ver nos outros, mas também o joio que pode ser mais daninho, o que está dentro de nós mesmos.

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Em 1531, num tempo de conflitos entre os indígenas e os colonizadores europeus, Nossa Senhora apareceu ao índio Juan Diego com roupas e traços do povo asteca, ao qual ele pertencia. Pediu-lhe que solicitasse ao bispo a construção de um santuário em sua honra. Num primeiro momento, o bispo não cedeu, mas acreditou após ver a imagem da Virgem estampada num manto no qual foram envolvidas as flores que ela pedira que Juan lhe entregasse. Tal imagem, impressa num tecido cujas fibras normalmente não durariam mais de vinte anos, encontra-se até hoje exposta na basílica ali erigida.

Nossa Senhora de Guadalupe, rogai por nós!

Pe. Paulo Bazaglia, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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