23 de abril: 2º Domingo de Páscoa | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
23 de abril: 2º Domingo de Páscoa

 “FELIZES OS QUE CRERAM SEM TER VISTO!”

Celebramos hoje o domingo da Divina Misericórdia, instituído pelo papa são João Paulo II em maio de 2000. Neste dia, todos os anos, é proclamada a passagem do Evangelho de João que recorda a experiência de fé da comunidade dos discípulos de Jesus, especialmente a de Tomé.

O evangelista narra dois encontros de Jesus ressuscitado com sua comunidade de seguidores. No primeiro, Tomé não estava presente. Quando os outros lhe contam que viram o Ressuscitado, ele não acredita. E vai além. Quer provas de que Jesus tenha ressuscitado de fato. Oito dias depois, Jesus tem novo encontro com os discípulos. Desta vez, como está na comunidade, Tomé o vê, acredita e exclama: “Meu Senhor e meu Deus!”

Esse acontecimento nos mostra que a fé se vive na comunidade. Afinal, como batizados, fazemos parte do corpo místico de Cristo, a Igreja (cf. Cl 1,24). Ao contrário dos apóstolos, não tivemos a experiência de ver e tocar Jesus, mas acreditamos naquilo em que eles acreditaram, ou melhor, acreditamos naquele em que eles acreditaram, como afirmou o papa Bento XVI em sua encíclica Deus é Amor, n. 1: “[O cristianismo é] o encontro com um acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e, desta forma, o rumo decisivo”.

Como cristãos, somos chamados a fazer sempre o nosso encontro com o Senhor. Encontro pessoal, mas também comunitário, pois a comunidade nasce da experiência com o Ressuscitado.

Neste domingo da Divina Misericórdia, acolhamos a paz que Jesus nos oferece e peçamos-lhe que aumente nossa fé, pois aquele que crê não precisa de provas.

Tomé precisou ver e tocar para crer: “Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei” (Jo 19,25). Por ser ainda fraca, sua fé necessitou de sinais extraordinários. Ainda hoje há muitos que necessitam desse tipo de sinais para crer. Basta olharmos ao redor.

Diante disso, podemos nos perguntar: É essa a fé que recebemos dos apóstolos? É essa a fé que queremos viver? É essa a fé que eu, pessoalmente, quero testemunhar? Quando necessitamos de coi­sas extraordinárias para acredi­tar que Jesus ressuscitou, caminha conosco e continua atuando na história, é hora de lembrar as palavras de Jesus a Tomé: “Felizes os que creram sem ter visto”.

 

Iorlando Rodrigues Fernandes, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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