22 de janeiro: 3º Domingo do Tempo Comum | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
22 de janeiro: 3º Domingo do Tempo Comum

UNIÃO EM CRISTO

Uma comunidade que sabe ser de Cristo não perde tempo com desunião. Há respeito mútuo entre todos e, mesmo diante dos problemas, a comunidade encontra saída. Quando isso não ocorre, pode descambar para a autodestruição.

Na segunda leitura da liturgia de hoje (1Cor 1,10-13.17), o apóstolo Paulo chama a atenção da comunidade para a importância de se concentrar no essencial, no fundamental. Evitar as mentiras, pois o cristão tem o dever de pautar a vida no exemplo de Cristo, a verdade em pessoa.

Ocorre que a comunidade de Corinto estava perdendo tempo com fofocas. Paulo fora obrigado a se ausentar. Nessa ausência, um falso pregador tratou de espalhar “fuxico”, falando mal até do apóstolo. Daí foi fácil se formarem as panelinhas. Em pouco tempo, os fuxicos causaram males terríveis. A comunidade se estilhaçou pelos boatos: “Eu sou de Paulo”; “eu, de Apolo”; “eu, de Pedro”; “eu, de Cristo”.

O pior é que cada uma dessas panelinhas se convencia das próprias mentiras. E isto é próprio das fofocas: fazer mentiras parecer verdades. E quem é fraco, então, a fofoca derruba facilmente.

De fato, os coríntios eram orgulhosos de si, mas muito fracos. A arrogância causa fraqueza. Sendo orgulhosos, tinham dificuldade de convivência. Por qualquer coisa criavam problemas, faziam o simples tornar-se complicado. Deixavam-se envolver com o objetivo da fofoca: confusão e, por conseguinte, desentendimentos.

Era uma divisão insuportável, que só atrapalhava o acesso à boa notícia: o evangelho. Talvez o que acontecia em Corinto se pareça com o que tem ocorrido há algum tempo no Brasil por causa de divergências partidárias. Criaram-se até nomes pejorativos: “coxinhas”, “mortadelas” etc. Todo cristão pode ter o partido político que quiser. Só não pode fazer que sua ideologia seja causa de exclusão, de desrespeito e de desunião.

O apóstolo, como animador da comunidade, teve de enfrentar, sem medo, o clima de desentendimento gerado entre os coríntios. Aliás, Paulo os amava muito. No entanto, foi uma das comunidades que mais lhe causaram problema. Tal como a mãe corrige os filhos, o apóstolo também o fez: “Estará Cristo dividido?” Obviamente que não!

Cristo não é uma ideologia, um partido, um projeto escrito em papel. Ele é uma pessoa. Quem adere a ele não semeia discórdia. Semeia o amor.

Fofoca, ao contrário, causa intriga. E intriga não é de Deus.

Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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