20 de novembro: Solenidade de Cristo, Rei do universo | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
20 de novembro: Solenidade de Cristo, Rei do universo

JESUS, LEMBRA-TE DE MIM QUANDO VIERES COM TEU REINO

No calvário, ao lado de Jesus, estavam dois malfeitores. Um deles pede a Jesus que seja lembrado no seu reino. Tal pedido foi a chave que permitiu a este homem, mesmo com seu passado de crimes, fazer parte do domínio de Cristo.

O domínio, o reinado de Cristo, é diferente: ele se deixou colocar entre bandidos, e dali ele reina. Qual é o seu decreto? É a misericórdia. Com nossa mentalidade mesquinha, poderíamos até querer recriminar Jesus e dizer: “Como ele pôde perdoar esse bandido? E as pessoas que esse malfeitor prejudicou? Ele fez o que fez e ficou por isso mesmo?” Do rei Jesus, cujo trono é a cruz, aprendemos que ele sabe perceber a situação de cada um. Naquele lugar onde estava, ou seja, pregado em uma cruz, o malfeitor fez o melhor que poderia fazer. Não tinha condições de voltar ao passado ou mesmo reparar os danos causados, mas podia aproveitar o instante e, com isso, mudar seu futuro. E Jesus viu isso.

Algumas de nossas imagens representam Jesus com coroas de rei, como os reis deste mundo. Mesmo entendendo que isso seja uma homenagem, um reconhecimento da supremacia de Deus, as coroas de ouro postas na cabeça de Jesus podem nos fazer pensar que ele é um dominador como os príncipes, os reis, os marechais deste mundo. Não é. As coroas podem vir a ser interpretadas apenas como sinais de força bélica, como adereços que indicam o poder de matar, dominar sem compaixão. O reinado de Jesus não é assim, mas é o espaço da misericórdia, da compaixão, do perdão, da justiça verdadeira.

O modo misericordioso de Jesus, diferentemente do que possamos pensar quando somos tomados por precipitação ou mesquinhez, não é simples “passar a mão na cabeça”, mas oportunidade para a pessoa revelar o melhor que ela tem em determinada situação. Sem misericórdia, corremos o risco de ficar aprisionados em uma culpa estéril e danosa. A misericórdia faz perceber que o reino de Deus já está presente.

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“[Hoje], ao fechar a Porta Santa, animar-nos-ão, antes de tudo, sentimentos de gratidão e agradecimento à Santíssima Trindade por nos ter concedido este tempo extraordinário de graça. Confiaremos a vida da Igreja, a humanidade inteira e o universo imenso à Realeza de Cristo, para que derrame a sua misericórdia, como o orvalho da manhã, para a construção duma história fecunda com o compromisso de todos no futuro próximo. Quanto desejo que os anos futuros sejam permeados de misericórdia para ir ao encontro de todas as pessoas, levando-lhes a bondade e a ternura de Deus! A todos, crentes e afastados, possa chegar o bálsamo da misericórdia como sinal do reino de Deus já presente no meio de nós” (Misericordiae Vultus, n. 5).

Pe. Claudiano Avelino dos Santos, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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