DEUS RESSUSCITOU CRISTO POR NÓS
Depois da caminhada quaresmal, na qual a comunidade cristã se retirou para o deserto com Cristo (1º domingo), em vista da nossa transfiguração e da do mundo (2º domingo), para produzir frutos de conversão (3º domingo) e de regresso à casa do Pai, abandonando-nos aos seus braços misericordiosos (4º domingo) e experimentando seu perdão, que nos torna capazes de vida nova (5º domingo), a Semana Santa fez-nos reviver os vários momentos desde a paixão até a passagem de Cristo da morte para a vida. Hoje, enfim, celebramos a Páscoa da ressurreição: o túmulo está vazio.
O túmulo encontrado vazio por Pedro e pelo discípulo amado (Evangelho) constitui a revelação suprema. Esse túmulo é apenas um sinal que pode permanecer enigmático (Pedro) ou ser interpretado de diversas maneiras (Maria Madalena). A luz das Escrituras dá a chave àqueles que acreditam no Deus que ali fala, que libertou Israel da morte e da escravidão e é a fonte da vida mesmo no vazio da morte.
O período de cinquenta dias que vai da Vigília Pascal a Pentecostes (= quinquagésimo dia) é tão fundamental, que, desde os primeiros séculos, os cristãos o celebram como um único grande domingo, uma única celebração da Páscoa. Não é por acaso que Jesus morreu e ressuscitou durante os dias da Páscoa judaica (memorial da libertação da escravidão no Egito) e enviou seu Espírito no mesmo dia do Pentecostes judaico (memorial do dom da Lei no Sinai). Os cristãos logo compreenderam a mensagem e fizeram da Páscoa a celebração do batismo (= início da vida nova em Cristo) e de Pentecostes a celebração da Igreja (= início do povo da Nova e Eterna Aliança, selada pelo sangue de Cristo e regida pela lei do amor).
Páscoa e Pentecostes são como as duas faces de uma mesma moeda. Na verdade, não se batiza simplesmente para ter uma religião de uso individual, mas para fazer comunhão, para formar um só corpo em Cristo, isto é, a Igreja. Esta cresce e se edifica como corpo de Cristo, participante da ceia pascal do Cordeiro, enviada a todas as nações para anunciar e testemunhar que Ele, Juiz dos vivos e dos mortos, ainda passa pelos caminhos do mundo, curando e libertando todos aqueles que gemem na sombra da morte.
Com efeito, cada fiel que participa da celebração da Palavra ouve o anúncio feito sobre aquele que “andou por toda parte, fazendo o bem”, e foi ressuscitado por Deus no terceiro dia. Tendo a certeza de que ele “caminha à frente dos seus”, a resposta que nos cabe pode vir das palavras da sequência: “O Cristo ressuscitou de verdade. Ó Rei, ó Cristo, piedade!”
Christian Dino Batsi, ssp
O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.
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