A Quaresma e as Campanhas da Fraternidade
Estamos acostumados a vivenciar as Campanhas da Fraternidade (CFs) durante o período quaresmal. Quaresma vem de quarenta. Nesse período relembramos os 40 anos do povo de Israel no deserto, em busca da terra prometida. Mas lembramos particularmente os 40 dias de Jesus no deserto, preparando-se para a sua missão.
No ano litúrgico, a Quaresma é um tempo que nos prepara para a Páscoa, a passagem da morte para a vida. Nela recordamos e vivemos o sentido mais profundo da fé cristã, isto é: Jesus nasceu no meio de nós, viveu como um de nós, foi crucificado e morto, mas Deus o ressuscitou. É o sentido mais amplo e profundo da vida para os cristãos.
Tanto no prólogo do Evangelho de são João como na carta de são Paulo aos Romanos, os apóstolos nos dizem que toda a criação ganha sentido em Jesus. Ela geme em dores de parto, também aguardando a “ressurreição dos filhos de Deus”. João diz que Jesus é o princípio e o fim de toda a criação.
Ainda mais, o verdadeiro espírito quaresmal não é rasgar as vestes, mas rasgar o coração e sair em busca das irmãs e irmãos mais necessitados. O papa Francisco nos diz que uma das nossas irmãs mais necessitadas é a Terra.
Os temas propostos nas CFs vão além das fronteiras eclesiais; chegam às universidades, aos estudantes, aos artistas, aos meios de comunicação, numa multiplicação que nem há como medir.
Neste ano, mais uma vez, o tema é desafiador: “Biomas brasileiros e defesa da vida”. E o lema: “Cultivar e guardar a criação”. É nesse espírito quaresmal que a Igreja nos chama à conversão integral, isto é, a Deus, às pessoas e ao respeito pela criação que Deus nos deu.
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“Jesus chama-nos a viver a oração, a caridade e a penitência com coerência e autenticidade, superando a hipocrisia. A Quaresma seja um tempo de benéfica ‘poda’ da falsidade, da mundanidade e da indiferença: para não pensarmos que tudo está bem se eu estou bem; para compreendermos que o que conta não é a aprovação, a busca do sucesso ou do consenso, mas a purificação do coração e da vida; para voltarmos a encontrar a identidade cristã, ou seja, o amor que serve, não o egoísmo que se serve” (papa Francisco).
Roberto Malvezzi (Gogó)
Assessor da CF/2017
O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.
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