1º de janeiro: Maria, Mãe de Deus | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
1º de janeiro: Maria, Mãe de Deus

SANTA MÃE DE DEUS

Já no primeiro dia do ano da comemoração dos 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida, recordamos a solenidade que abre o ano civil: Santa Maria, Mãe de Deus!

A Igreja nunca separa a Mãe do Filho, isto é, não isola aquela que doou o corpo daquele que tomou o corpo. Adorando a Cristo, a Igreja venera a Mãe da qual ele recebeu tal humanidade e que representa o inteiro gênero humano.

Em Maria se realiza toda a santidade que, no Antigo Testamento, a humanidade podia alcançar, mesmo depois do pecado, com a ajuda da graça. O Antigo Testamento tinha o objetivo de elevar, conservar e preparar uma humanidade santa, que, na pessoa da Virgem, seria digna de receber o Espírito Santo, isto é, seria digna da Anunciação.

O Verbo, ao se encarnar, por desígnio do Pai, respeita a natureza humana. Esta própria natureza devia poder dizer, pela boca da mais pura criatura humana: “Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra”. Naquele momento o Espírito Santo desceu sobre ela e a santificou plenamente.

A ligação entre a Virgem e seu Filho não se reduz somente ao nascimento, mas consiste também no fato de que o divino e o humano estão unidos inseparavelmente em Cristo. Iniciar um novo calendário sob a proteção da Mãe Santíssima, a Mãe de Deus e da Igreja, é o maior augúrio que se possa esperar e desejar.

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“No início dum novo ano, a Igreja faz-nos contemplar, como ícone de paz, a maternidade divina de Maria. A antiga promessa realiza-se na sua pessoa, que acreditou nas palavras do Anjo, concebeu o Filho, tornou-se Mãe do Senhor. (…) O evangelho diz que a Virgem ‘conservava todas estas coisas, meditando-as no seu coração’ (Lc 2,19). Aparece-nos como vaso sempre cheio da memória de Jesus, Sede da Sabedoria, aonde recorrer para termos a interpretação coerente do seu ensinamento. Hoje dá-nos a possibilidade de individuar o sentido dos acontecimentos que nos tocam pessoalmente a nós, às nossas famílias, aos nossos países e ao mundo inteiro. Aonde não pode chegar a razão dos filósofos, nem as negociações da política, consegue fazê-lo a força da fé que a graça do evangelho de Cristo nos traz e que pode abrir sempre novos caminhos à razão e às negociações” (papa Francisco).

Orani João Tempesta, O. Cist.

Cardeal Arcebispo de São Sebastião do RJ


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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