DEUS TAMBÉM TEM MÃE!
“Mãe de Deus, não porque o Verbo de Deus dela tenha recebido a natureza divina, mas porque dela recebeu o corpo sagrado, dotado de uma alma racional, unido ao qual, na sua pessoa, se diz que o Verbo nasceu segundo a carne” (Concílio de Éfeso).
Celebramos hoje a grande festa de Maria, a mãe de Jesus, mãe de Deus. Há quem se espante com isso: como é que Deus tem uma mãe? Como é que o Deus todo-poderoso, criador do céu e da terra, precisa de uma mãe? De fato, Deus não precisa de nada; mas, como ele quis estar perto de nós na pessoa de Jesus Cristo, também quis ter uma mãe. E como é belo rezar, contemplar, olhar Deus Filho no colo de Maria. É muito amor! É o amor de Deus, que, sendo todo-poderoso, experimenta a fragilidade. É o amor de uma mulher que, no maior gesto de liberdade humana possível, diz “sim” e se faz instrumento da salvação da humanidade. Deus quis ter mãe, e aquela que foi escolhida foi tão mãe, que se tornou mãe de todos nós. Deus tem mãe, nós também.
Ter mãe é experimentar o amor humano de modo muito profundo. Jesus Cristo, enquanto verdadeiro homem, sem deixar de ser verdadeiro Deus, também provou o amor que significa cuidado, atenção, zelo, carinho, delicadeza, diligência. No colo de Maria, o menino Deus experimentou o poder de um abraço sincero, a força do afeto que vem do coração, a eficácia da atenção plena.
Maria cuidou de Jesus, grande presente que o Pai nos deu. E, a partir do cuidado que teve com o Filho, ela também cuida de nós. Ela é aquela que passa na frente para nos livrar dos perigos, vai ao nosso lado desatando os nós da vida e desfazendo os laços do pecado. É a mãe de todas as graças. Maria recebeu em seu ventre a maior graça e, por vontade divina, tornou-se o meio pelo qual as graças chegam ao mundo. Maria é mãe de Deus, é a mãe de todas as graças.
O Pai enviou seu Filho ao mundo por misericórdia. Maria, mãe de Deus, é a mãe de misericórdia. Ela nos olha com cuidado, vendo nossas aflições, e nos ajuda a sair das situações mais difíceis. Também nos inspira a ser misericordiosos uns com os outros. Por meio de Maria, Deus nos deu o melhor. Contemplando sua face materna, vamos também aprender a dar o melhor de nós a nossas irmãs e irmãos sofredores.
O Pai viu nossa pobreza e, por meio de Maria, enviou-nos Jesus. Ela é a mãe dos pobres, dos desvalidos, daqueles que só têm a esperança. É o que Maria reza em seu cântico: “O Poderoso fez em mim maravilhas, santo é seu nome! Derrubou os poderosos de seus tronos e elevou os humildes!”
Pe. Claudiano Avelino dos Santos, ssp
O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.
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