19 de fevereiro – 7º DOMINGO DO TEMPO COMUM | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
19 de fevereiro – 7º DOMINGO DO TEMPO COMUM

AMAR SEM LIMITES, COMO DEUS NOS AMA

Diante das experiências de dor e sofrimento, nossa primeira reação é pedir que “se faça justiça”. De fato, jamais podemos ser coniventes com a injustiça ou nos conformar com o mal e, assim, deixar de lutar pelo bem e pela ordem. Para o cristão, no entanto, justiça não pode ser igual a vingança. Não vale a famosa “lei do talião” (que, para aquele tempo, já era um avanço, perante os exageros cometidos em busca de vingança), mas acreditamos que o mal será vencido somente pelo bem.

Os discípulos e discípulas de Jesus não podem viver segundo a lógica dos agressores, e sim dos agredidos. Que nunca venhamos a fazer o mal a alguém parece discutível, mas o que fazer quando somos nós as vítimas, os oprimidos? Aqui, o parâmetro não pode ser outro senão o infinito amor de Deus por nós. Deus não faz acepção de pes­soas nem trata de forma diferente os bons e os maus. Seu amor é para todos. Também para aqueles que não o amam ou até mesmo o odeiam.

Os exemplos dados na primeira parte do Evangelho que ouvimos parecem, à primeira vista, absurdos. De fato, se examinados racionalmente, essa impressão se confirma. A intenção, todavia, é justamente esta: chamar a atenção para o exagero. Nas nossas relações, cabe-nos agir sempre movidos pelo bem e de modo não violento. Violência e seguimento de Jesus não podem caracterizar a mesma pessoa. As imagens usadas por Jesus, entretanto, devem ser entendidas como aquilo que são: imagens. Mais importante é o sentido que o texto quer nos ensinar.

O amor exigido por Jesus é tão grande, que alcança até mesmo nossos inimigos. Não se trata, evidentemente, de andar de mãos dadas com aqueles que nos fazem ou nos desejam o mal. Aquilo que fazem é mau e precisa ser denunciado e combatido. Em nosso coração, porém, assim como nos ensinou o Mestre Jesus, não pode habitar o ódio ou o desejo de vingança. Por isso, somos convidados a rezar por aqueles que nos fazem o mal, a fim de que se convertam e assumam o bem como estilo de vida. Somente assim concretizaremos aquilo que Jesus nos pede.

A afirmação de que devemos ser perfeitos como Deus pode nos assustar, se não a compreendemos bem. Não se trata de alcançar a perfeição de Deus em si, mas de amar como ele ama. A perfeição de Deus consiste em seu amor infinito e em sua eterna misericórdia. Para seguir Jesus, é indispensável que busquemos reproduzir esses traços de Deus em nossa vida.

Manoel Gomes, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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