16 de outubro – 29º DOMINGO DO TEMPO COMUM | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
16 de outubro – 29º DOMINGO DO TEMPO COMUM

REZAR SEMPRE E SEM DESANIMAR

São muitas as situações de injustiça das quais temos conhecimento. Diante delas, nosso maior desejo é que a justiça seja feita e o prejudicado seja ressarcido ou indenizado. Infelizmente, no entanto, às vezes a justiça é bastante demorada. Daí a necessidade de alguém que não deixe a causa em questão cair no esquecimento e busque constantemente alguma resposta.

Também na vida de fé, vivem-se experiências semelhantes. A Bíblia em geral, particularmente os Salmos, apresenta diversos gritos dirigidos a Deus, reclamando sua intervenção e a realização da justiça. Muitas vezes, o orante se sente sozinho e abandonado. Ele, porém, não se cala nem desiste. Confia que Deus o está ouvindo e chegará o momento em que agirá. Essa confiança e essa esperança sustentam a vida de oração daquele que crê em Deus.

O juiz da parábola contada por Jesus não é, absolutamente, exemplo de ser humano ou de profissional. Ele é injusto, não teme a Deus, não respeita as pessoas e, quando decide ouvir o pedido daquela pobre viúva, é levado unicamente pelo egoís­mo e pelo desejo de ver-se livre de  reclamações. De qualquer forma, é a insistência daquela mulher pobre e desvalida que conseguirá solução para sua causa.

Com Deus, é diferente. Mesmo quando lhe pedimos algo e não obtemos resposta, quando gritamos e parece que não somos ouvidos, sabemos que ele nos ouve e quer sempre nosso bem. O Senhor espera de nós perseverança na oração. Oração entendida não simplesmente como repetição de fórmulas já conhecidas, mas como súplica íntima e confiante. Não importa o muito falar, mas a sinceridade do coração e a esperança que faz caminhar sempre, não obstante as injustiças que causam dor e sofrimento.

Jesus nos garante que Deus não nos fará esperar. Não esqueçamos, todavia, que o tempo de Deus não é nosso tempo. Nossa relação com ele deve ser livre de toda tentativa de manipulação ou controle. Deus tudo pode, e a nós cabe confiar e apresentar-lhe as necessidades nossas e do mundo inteiro – fazendo sempre a nossa parte. É preciso fugir da oração egoísta e interesseira. Diante de Deus, colocamo-nos como parte da humanidade e por ela cabe-nos interceder.

A pergunta de Jesus, registrada pelo evangelista como conclusão da parábola, leva-nos a refletir sobre nossa relação com Deus nos dias atuais. Enquanto existirem verdadeiros seguidores de Jesus, a chama da fé jamais se apagará. O que mantém essa fé acesa? A oração confiante e ininterrupta.

Manoel Gomes Filho, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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