15 de setembro – 24º DOMINGO DO TEMPO COMUM | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
15 de setembro – 24º DOMINGO DO TEMPO COMUM

TORNAR-SE COMPANHEIRO(A) DE JESUS NO CAMINHO

A passagem do Evangelho deste domingo situa-se aproximadamente no meio do texto de Marcos. Depois de muitas experiências feitas pelos discípulos com Jesus, principalmente com seus ensinamentos, exorcismos e milagres, o Mestre os leva para o extremo norte do país. Lá, ele os questiona sobre a imagem que as pessoas têm dele. 

As respostas dos discípulos coincidem com o que o próprio evangelista contara (cf. Mc 6,14-15). As pessoas veem Jesus como um profeta: seria João Batista, portador de uma mensagem que convidava à conversão; seria Elias, que, levado ao céu numa carruagem de fogo, um dia voltaria, segundo o oráculo do profeta Malaquias (Ml 3,23-24), para novamente realizar milagres; seria um dos profetas, porta-vozes de Deus bem conhecidos no mundo judaico. 

Pedro responde, reconhecendo-o como o Cristo, o Messias – aquele que traria a salvação de Israel. Surpreendentemente, Jesus os proíbe de falar sobre isso, decerto porque, no momento, a figura do Messias ainda se revestia de uma equivocada conotação político-militar. No entanto, a seguir ele lhes fala diretamente sobre sua paixão e morte, e isso escandaliza Pedro a tal ponto, que este chama seu Mestre à parte para censurá-lo. Então, aquele mesmo que havia reconhecido Jesus como Cristo é chamado de “satanás” – ou seja, segundo o sentido da palavra hebraica, de “adversário” resoluto de Deus e do seu Messias. Com efeito, recusar, com base numa lógica humana, que Cristo seja um homem justo, humilhado e condenado à morte, para fantasiá-lo como um rei triunfante, é opor-se a Deus. 

Marcos põe, assim, palavras muito fortes nos lábios de Jesus, com as quais autentica o modo apropriado de considerá-lo como Cristo. Tal firmeza está ligada à nossa grande dificuldade de entrar no modo de ver e de pensar de Deus. Na verdade, isso perturba a imagem espontânea que se tem de um Deus todo-poderoso; perturba radicalmente uma ideia de salvação que passa ao largo das vicissitudes humanas; também muda profundamente o que significa ser alguém que crê. 

É esse terceiro aspecto que Jesus desenvolve na última parte do texto: ser discípulos é segui-lo em seu caminho de uma forma que, cada vez mais, busque reproduzir sua doação por amor à humanidade, a ponto de chegarmos a emparelhar nossos passos com os seus e nos tornarmos companheiros que caminham com ele lado a lado. A carta de Tiago, na segunda leitura, amplia a reflexão: seguir Jesus não se reduz a ter bons sentimentos e proferir palavras bonitas sobre o amor de Deus, mas implica mostrar que se está trilhando um caminho semelhante ao seu por meio de ações inspiradas nas suas, em favor, sobretudo, dos marginalizados e necessitados.

Christian Dino Batsi, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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