Muitos de nós já tivemos a experiência de precisar partir, deixando para trás as pessoas que amamos. Quanto mais se aproxima o dia de partirmos, mais sentimos o coração comprimir-se. Tentamos mostrar que estamos bem e que aquela viagem não tira nosso sossego. A mistura dos sentimentos de quem parte com os de quem fica cria uma atmosfera única e quase sempre muito doída para ambas as partes.
Algo que conforta um pouco o espírito de quem precisa partir é saber que há alguém que estará com os que ele ama e cuidará deles em seu lugar. Embora saiba que não poderá estar presente fisicamente, é grande consolação saber que, lá onde gostaria de permanecer para sempre, existe alguém olhando pelos que lhe são caros e pronto para ajudá-los toda vez que for preciso.
Também Jesus, ao voltar para o Pai, não nos deixa sozinhos ou abandonados. Ele continua a se preocupar conosco e promete que rogará ao Pai por nós, pedindo que nos envie um Paráclito, isto é, um defensor que nos auxilie. Esse defensor é o Espírito Santo, que permanecerá para sempre conosco. Por isso, podemos caminhar confiantes em que não estamos sozinhos, mas temos um advogado que não nos deixará ser injustamente condenados.
O Espírito Santo é o grande responsável por nossa vida de união com Jesus. Somente quando nos deixamos conduzir por ele e entramos de modo sempre mais profundo nessa relação, estamos em condições de compreender o amor existente entre o Pai e o Filho. Não existe verdadeira vida espiritual desvinculada da ação do Espírito. É ele que realiza em nós o que não conseguimos por nossa conta e nos impele a crescer progressivamente rumo à plena configuração com Cristo.
Jesus nos diz que o Espírito que ele pedirá que nos seja enviado é o Espírito da verdade. Ainda que vivamos em um mundo marcado pela mentira e pelo erro, temos conosco o Espírito da verdade, que nos dá o autêntico conhecimento das realidades que nos cercam. Um modo muito prático de sabermos se estamos vivendo ou não guiados pelo Paráclito é avaliar o quanto nosso modo de pensar se assemelha ao do mundo. Quanto mais nos deixamos absorver pelos atrativos do mundo, mais estamos longe do Espírito de Deus.
Se amamos Jesus, esforçamo-nos para viver seus mandamentos. Assim como ele encontra sua alegria em fazer a vontade do Pai, somos convidados a nos alegrarmos em cumprir tudo quanto ele nos pede no Evangelho. Somente assim estaremos verdadeiramente unidos a ele e ele se manifestará ao mundo por meio de nós.
Manoel Gomes Filho, ssp
O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.
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