Ela mostrou muito amor!
Jesus vai à casa de Simão, um homem muito religioso, que procurava seguir as normas de sua crença nos mínimos detalhes. Por isso, buscava não se misturar muito com os outros. Esse homem certamente queria a atenção de Jesus de maneira diferenciada, pois não se encontra com ele na praça ou em outro lugar público, mas em sua casa, durante uma refeição.
Antes que Jesus começasse a conversar com Simão, uma mulher se aproxima. Essa mulher era o oposto de Simão. Este era fariseu, conhecido por ser religioso observante. A mulher, não. Sua fama não era de santidade, mas de devassidão, de vida de pecado. Certamente era aquele tipo de pessoa em que a gente põe o olho e já classifica como um caso perdido, ou como louca. E, de fato, a atitude dela, de chegar à casa de Simão, entrar e começar a derramar perfume nos pés de Jesus, não parece ser coisa muito normal para quem não tem um olhar misericordioso. Permitindo-se tocar pela mulher, cheia de pecados, sim, mas também cheia de amor, Jesus lhe dá o perdão e ela, por sua vez, dá a Simão uma lição de acolhida autêntica. Ela não era a dona da casa, mas acolheu a Jesus melhor do que Simão, o anfitrião.
Esta cena do evangelho deve nos fazer pensar no tipo de religião que estamos praticando: a religião de quem muito julga ou a religião de quem muito ama? Simão, que muito julgava, não cumpriu nem as regras da boa educação: oferecer água para Jesus lavar os pés e saudá-lo com um beijo, como era o costume ali. Para sermos discípulos missionários de Jesus, precisamos fazer um exame das nossas atitudes, do nosso modo de agir, para ver se não estamos fazendo como Simão, que, “com seus preconceitos, não consegue perceber que a ação do Messias remove os obstáculos que impedem as pessoas de se renovarem e fazerem a experiência do amor de Deus” (Nova Bíblia Pastoral – Paulus, p. 1263).
Da mulher que se jogou aos pés de Jesus, devemos imitar-lhe o amor por Nosso Senhor. Do mesmo modo que ela, somos pessoas pecadoras. Que Deus nos livre da pretensão de já estarmos prontos. Sempre temos uma razão para nos jogar aos pés de Jesus, oferecer-lhe nossa vida para dele recebermos o perdão, ou seja, a força de recomeçar, de seguir adiante.
Pe. Claudiano Avelino dos Santos, ssp
O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.
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