BATIZADOS PARA A MISSÃO
O episódio do batismo de Jesus, relatado no evangelho de hoje, conclui a etapa “silenciosa” da sua vida e inaugura nela uma nova fase. É como que uma segunda epifania, a manifestação de Jesus ao mundo como “Filho amado” do Pai. Sua missão profética e messiânica é revelada à humanidade não mais pela estrela, mas pela voz de Deus.
Jesus, ao se abaixar ao nível dos pecadores – embora sem nunca ter pecado – e entrar na fila para receber o batismo de João, revela-nos a opção de sua missão: pôr-se ao lado dos mais humildes, dos pecadores e desprezados pela sociedade. Ao dizer “eu preciso ser batizado por ti”, João Batista exprime a percepção de que Jesus estaria errado ao pedir o batismo, mas o profeta acaba aceitando esse pedido como vontade de Deus. O Mestre fala da exigência de “cumprir toda a justiça”. O termo justiça é muito caro no Evangelho de Mateus. Justa é a pessoa que se mostra fiel ao compromisso com a vontade divina.
Ao sair da água, o céu se abre. Já não há barreira entre o céu e a terra, entre o divino e o humano. A partir de então, nada impede o ser humano de ter acesso a Deus e fazer experiência com ele. Para os cristãos, o autêntico caminho para o Pai é Jesus, que, por fim, é proclamado seu Filho amado. Ele é realmente divino e humano, capaz de cumprir a vontade do Pai. É o Deus encarnado que veio morar entre nós. Eis aí o grande mistério de um amor capaz de se abaixar ao nível dos pecadores para lhes conceder a santidade divina.
Com o batismo, Jesus inicia sua missão. E seu batismo nos faz descobrir o nosso, com o qual somos também proclamados filhas e filhos amados de Deus. Eis nossa grande alegria: sermos chamados filhas e filhos do Pai e sermos revestidos de uma dignidade que nos torna para sempre preciosos aos seus olhos. Pelo batismo, tornamo-nos membros da comunidade Igreja e, abrindo-nos à ação do Espírito Santo, recebemos uma missão para cumprir.
Pe. Nilo Luza, ssp
O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.
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