10 de setembro – 23º DO TEMPO COMUM | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
10 de setembro – 23º DO TEMPO COMUM

CHAMADOS À RECONCILIAÇÃO E À COMUNHÃO

Sabemos que, na comunidade e na família, assim como em qualquer outro círculo de convivência, nem sempre as coisas seguem como o esperado. A vida fraterna está sempre à prova, em meio a desacordos e confrontos. Assim, a passagem do Evangelho de hoje nos convida à reflexão, propondo uma situação concreta em que um dos membros da comunidade cristã – que também pode ser um grupo – cometeu um pecado contra outro membro (ou outro grupo).

Jesus nada comenta sobre esse pecado, apenas deixa claro que ele diz respeito exclusivamente a duas partes: o ofendido e o ofensor, qualificado como “irmão”. Isso nos recorda que, na comunidade cristã, não raro se veem graves confrontos e ofensas, bem como a dificuldade de perdoar. A ênfase dada, no texto, à necessária comunhão e reconciliação aponta um caminho para a superação das dificuldades e dissensões que a comunidade cristã pode experimentar.

No relato, Jesus não propõe a condenação nem o perdão imediato do pecador, mas sugere a abertura a um processo de reconciliação que vai crescendo na liberdade de cada indivíduo. Primeiro se percorre o caminho do diálogo restaurador em privado; depois numa pequena comissão, com uma ou duas pessoas, que se mobilizam não para menosprezar e difamar o ofensor, mas para que ele ouça, isto é, entenda sua falta e se arrependa. O objetivo primordial é estabelecer um vínculo entre a vida da comunidade cristã e a vontade de Deus, buscando fazer todo o possível para cumpri-la.

Por conseguinte, o que, no final, pode parecer a exclusão de um membro (v. 17) – após sua recusa a ouvir a comunidade como um todo –, é, na verdade, o reconhecimento de que aquele irmão passou a ser destinatário da missão comunitária (cf. Mt 18,12-14).

“Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, eu estou aí, no meio deles” (v. 20). O encontro em nome de Jesus deve ser entendido como expressão de verdadeiro desejo de comunhão entre irmãos e irmãs que trabalham pela reconciliação, manifestando, assim, o Reino. Tal comunhão, se não é a única, possivelmente seja uma das principais coisas a pedir ao Pai.

Em suma, o convite do Evangelho é para ancorarmos a solicitude fraterna uns pelos outros na vontade do Pai, pois a natureza da comunidade cristã é a fraternidade, que supera todo tipo de distinção social e hierárquica.

Christian Dino Batsi, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

Assinar