03 de setembro – 22º DO TEMPO COMUM | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
03 de setembro – 22º DO TEMPO COMUM

OS DISCÍPULOS FORAM PEGOS DE SURPRESA

Acompanhar Jesus, ouvir suas inspiradas pregações, assistir a seus inúmeros milagres – tudo isso encantava seus discípulos e os deixava entusiasmados. Acontece que um dia Jesus aparece com um discurso no mínimo desconcertante, uma informação difícil de “engolir”. Ele anuncia que “devia ir a Jerusalém e sofrer muito da parte dos anciãos, dos sumos sacerdotes e dos mestres da Lei, e que devia ser morto e ressuscitar no terceiro dia”. Como poderiam Pedro e os demais discípulos concordar que seu Mestre caminhasse rumo a semelhante destino? O fato é que eles partilhavam da ideia de um Messias poderoso, valente guerreiro, imbatível e vencedor. Como poderia ele ter uma morte tão trágica? Isso era inconcebível. Tal modo de pensar explica a espontânea reação de Pedro: “Deus não permita tal coisa, Senhor”.

É também verdade que Pedro não ouviu a inteira afirmação de Jesus, que termina dizendo que “ao terceiro dia ressuscitará”. Talvez mal ouviu e nada compreendeu. Jesus, porém, exige do seu discípulo uma reflexão mais profunda: “Tu não pensas as coisas de Deus, mas sim as coisas dos homens”. Após a ressurreição, disfarçado de peregrino, Jesus caminhará ao lado dos discípulos de Emaús e lhes dirá: “Oh, insensatos e lentos de coração para acreditar em tudo o que os profetas anunciaram! Será que não era preciso que o Messias sofresse tudo isso e entrasse na sua glória?” (Lc 24,25-26). São os mistérios de Deus.

Jesus não só tenta explicar o sentido de sua entrega nas mãos dos chefes do povo, mas também surpreende seus discípulos mais uma vez, com uma sentença à queima-roupa: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz e me siga”. Imagino que os discípulos ficaram atordoados por alguns dias, buscando assimilar o verdadeiro significado das palavras do Mestre.

Quanto a nós, conhecemos o itinerário terreno de Jesus, que termina no calvário. E somos convidados a caminhar para o mesmo endereço, com uma certeza: “Quem perder sua vida por causa de mim vai encontrá-la”. Em outra ocasião, Jesus dirá aos seus fiéis seguidores: “Se alguém quer servir a mim, que me siga; e onde eu estiver, aí também estará o meu servo” (Jo 12,26). Pegos de surpresa, sim, mas não enganados.

Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

Assinar