03 de Dezembro – 1° Domingo do Tempo Comum | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
03 de Dezembro – 1° Domingo do Tempo Comum

GRAÇAS A DEUS, A TODO MOMENTO

Quando tudo anda bem, quando tudo é festa, quando tudo é novo, quando tudo é farto, podemos correr o risco de pensar que não precisamos de Deus. É que facilmente nossa memória esfria e até esquece de que matéria somos feitos. As grandes potências mundiais, por exemplo, consideram-se autossuficientes e tomam suas decisões passando por cima dos pequenos. E geralmente fazem muita guerra.

Mas não só as grandes potências. Isso pode ocorrer com cada um de nós em particular, quando, porventura, o orgulho nos sobe à cabeça. Acontece que todas as forças do nosso corpo e os bens materiais que possuímos, tudo é fruto dos dons com que o Senhor nos presenteia a todo momento. Um coração agradecido não perde de vista isso. “É justo e nos faz todos ser mais santos louvar a vós, ó Pai, no mundo inteiro, de dia e de noite, agradecendo com Cristo, vosso Filho, nosso irmão” (prefácio da Oração Eucarística V).

De fato, a gratidão a todo momento nos torna mais humanos, profundamente humanos e sensíveis ao próximo e a tudo que nos rodeia. Um coração agradecido sabe o valor dos pequenos gestos: aquele gesto discreto, aquela voz sem altivez, aquele olhar livre de arrogância, aquele toque desprovido de malícia, aquela ação livre de interesses egoístas.

Deus não se cansa de nos oferecer a sua graça. Em Jesus, ele sacia a mais profunda sede e fome da humanidade. Trata-se de amor verdadeiro. Aquele amor que jamais sufoca, que jamais retém para si os seus. O amor de Deus por nós não se pauta em ciúme, tampouco em relacionamento pegajoso. É um amor baseado na liberdade. Por isso, o Senhor corre o risco de nos perder todo dia. Corre esse risco porque nos trata como pessoas maduras, capazes de discernir entre o bem o mal.

O tempo do Advento é momento oportuno para a gratidão, que tem que ver com a vigilância. Vigiar é ter um coração sintonizado em Deus. Isso no terreno da história, com tudo o que a história tem de contradição, e sobretudo mediante nossa atitude orante. Quem reza ouvindo Deus não perde de vista o seu amor. Amor que se derrama em nosso coração, como chuva regando as securas de nossa vida.

Pe. Antonio Iraildo Alves de Brito, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

Assinar