Mestres da ternura! | Paulus Editora

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18/07/2024

Mestres da ternura!

Por Darlei Zanon

No dia 28 de julho, celebraremos o IV Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, este ano com o tema “Na velhice, não me abandones”, extraído do livro dos Salmos (cf. Sl 71,9). Este dia comemorativo está no coração do papa Francisco, que o instituiu no ano de 2021, pedindo que seja celebrado todos os anos no quarto domingo de julho, próximo à memória litúrgica de São Joaquim e Santa Ana (26 de julho), os avós de Jesus. No final da recitação do Ângelus no qual anunciou esta festa anual, o papa enfatizou que “os avós são muitas vezes esquecidos e nós esquecemos esta riqueza de preservar as raízes e de as transmitir”, por isso é importante recordar que “a velhice é um dom e os avós são a ligação entre as gerações, para transmitir aos jovens a experiência da vida e da fé”.

O objetivo principal dessa celebração é, portanto, enfatizar o respeito e a riqueza do encontro de gerações, tema retomado na mensagem deste ano, que reforça a necessidade de acompanharmos de perto os idosos. Francisco abre sua mensagem recordando que Deus nunca abandona seus filhos, “nem sequer quando a idade vai avançada e as forças já declinam, quando os cabelos ficam brancos e a função social diminui, quando a vida se torna menos produtiva e corre o risco de parecer inútil”. Deus misericordioso está sempre ao nosso lado e não nos abandona jamais.

Na Bíblia, encontramos a certeza da proximidade de Deus em todas as estações da vida, algo que deve iluminar a sociedade atual, marcada pelo individualismo e pela cultura do descarte, como tantas vezes enfatizou o sumo pontífice. O remédio para uma sociedade que despreza o ser humano quando ele deixa de ser “ativo” e “produtivo”, quando ele diminui suas forças físicas, só pode ser a misericórdia e a inclusão. Todos, portanto, somos chamados a mudar de atitude, esforçando-nos para superar o ritmo alucinante do cotidiano e passarmos mais tempo ao lado dos nossos queridos avós e dos idosos da nossa família ou comunidade, para que nunca lhes falte apoio, carinho, atenção e proximidade. Exatamente a isso o papa nos exorta no final da sua mensagem: “Não deixemos de mostrar a nossa ternura aos avós e aos idosos das nossas famílias, visitemos aqueles que estão desanimados e já não esperam que seja possível um futuro diferente. À atitude egoísta que leva ao descarte e à solidão, contraponhamos o coração aberto e o rosto radioso de quem tem a coragem de dizer ‘não te abandonarei!’ e de seguir um caminho diferente.”

Não deixemos de mostrar nossa ternura aos que são “mestres da ternura”. Como enfatizou Francisco em outra ocasião, os idosos são mestres da ternura precisamente porque “sua experiência e sabedoria ajudam os mais jovens a olhar para o futuro com esperança e responsabilidade” (vídeo do mês de julho de 2022). Muitas vezes o papa brincou com o fato de ele também ser idoso e querer ser tratado com o carinho e a atenção que um “vovô” é tratado por seus netos. Algo extremamente simples e ao mesmo tempo tão especial.

Se desejar aprofundar este tema e o pensamento de Francisco sobre os idosos, não deixe de ler a série de catequeses que ele proferiu de fevereiro a agosto de 2022, disponíveis no site do Vaticano e em livro publicado pela PAULUS Editora (“Os idosos”). O próprio papa afirmou que “com estas catequeses sobre a velhice, gostaria de encorajar todos a investirem seus pensamentos e afetos nos dons que ela tem em si e proporciona às outras idades da vida. A velhice é um presente para todas as idades da vida. É um dom de maturidade, de sabedoria. (…) Quando os idosos comunicam seus sonhos, os jovens veem claramente o que devem fazer.”

Nada melhor para responder ao pedido do papa para estarmos próximos dos idosos e bem celebrarmos o Dia Mundial dos Avós e dos Idosos do que reler essas catequeses e refletir em família sobre o seu profundo significado. Boa leitura e boa celebração de São Joaquim e Santa Ana, modelos e protetores dos nossos avós!

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