Em 2017 estudamos brevemente os dezesseis “livros históricos”. Este ano pretendemos conhecer um pouco a literatura sapiencial, ou seja, os “livros sapienciais”. São sete livros que formam esse bloco bíblico. Segundo alguns estudiosos, seriam cinco sapienciais (Jó, Provérbios, Eclesiastes, Eclesiástico e Sabedoria) e dois poéticos (Salmos e Cântico dos Cânticos), aqui serão englobados todos dentro do bloco sapiencial. Sapiencial vem de uma palavra latina sapientia, que significa sabedoria. Portanto, sapienciais seriam aqueles livros que trazem a experiência, a cultura, numa palavra, a sabedoria do povo de Israel.
A exemplo dos povos vizinhos, Israel também teve seus escritos sapienciais. Mais do que isso, a própria cultura de Israel foi influenciada pela cultura dos povos vizinhos. Muitos relatos bíblicos se assemelham a de outros povos. Com exceção dos Salmos, esses livros normalmente não recebem a mesma atenção que os outros, principalmente os proféticos e o Deuteronômio.
A literatura sapiencial normalmente fala das coisas da vida do dia a dia do povo e engloba a sabedoria popular (nascida do meio do povo) e a sabedoria culta (nascida na corte). Essa literatura não descreve apenas a cultura e a sabedoria de Israel, mas também sua espiritualidade. É uma literatura que floresceu principalmente no período pós-exílico, juntamente com algumas novelas bíblicas, como vimos ano passado.
Parte da literatura sapiencial é atribuída a Salomão, conhecido como patrono da sabedoria em Israel. Assim como a Moisés é atribuído o Pentateuco e os Salmos a Davi. Na verdade, Salomão pode ter escrito algo dessa literatura, mas não é toda dele e da sua corte.
Sabedoria não são somente os conhecimentos que adquirimos na escolha e nos livros. A sabedoria bíblica é vista como a arte de viver bem, transmitida de pai para filho. São instruções para o bem viver e um sinal de educação. “A sabedoria da pessoa sensata é discernir o seu próprio caminho” (Pr 14,8a). A verdadeira sabedoria é a arte de discernir entre o que promove a vida e o que a prejudica.
A sabedoria é uma experiência universal, não é exclusividade de um povo ou nação. A sabedoria é mais antiga que a Bíblia e o próprio povo de Israel. Sua origem se perde no tempo e no espaço. Ela é como fonte antiga de onde brota sempre água nova. No mundo bíblico, ela teve início na vida do povo. Ela é fonte da qual o povo descobriu as leis, que defendem a vida e ajudam a organizar as famílias e os clãs tribais.
É de grande importância, saber essas introduçãoes para os estudos bíblicos
Bom dia. Sou frei Elvécio de trabalho na diocese de Tocantinópolis - TO. Me foi solicitado um trabalho de literatura sapiencial em curso teológico para agentes de pastoral populares. Teria uma bibliografia adequada ao público que pudesse me indicar? Grato
Excelente introdução em linguagem simples e acessível aos cursos com nosso povo. Gostaria de receber o restante do material