O fel lhe dão por bebida / sobre o madeiro sagrado. / Espinhos, cravos e a lança / ferem seu corpo e seu lado. / No sangue e água que jorram, / mar, terra e céu são lavados.
Ó Cruz fiel, sois a árvore / mais nobre em meio às demais, / que selva alguma produz / com flor e frutos iguais. / Ó lenho e cravos tão doces, / um doce peso levais.
Árvore, inclina os teus ramos, / abranda as fibras mais duras. / A quem te fez germinar / minora tantas torturas. / Leito mais brando oferece / ao Santo Rei das alturas.
Só tu, ó Cruz, mereceste / suster o preço do mundo / e preparar para o náufrago / um porto, em mar tão profundo. / Quis o Cordeiro imolado / banhar-te em sangue fecundo.
Glória e poder à Trindade. / Ao Pai e ao Filho, louvor. / Honra ao Espírito Santo. / Eterna glória ao Senhor, / que nos salvou pela graça / e nos remiu pelo amor.
Ant. 1. A minha alma está triste até à morte: ficai aqui e comigo vigiai.
– Assim como a corça suspira * / pelas águas correntes, / – suspira igualmente minh’alma * / por vós, ó meu Deus!
– Minha alma tem sede de Deus, * / e deseja o Deus vivo. / – Quando terei a alegria de ver * / a face de Deus?
– O meu pranto é o meu alimento * / de dia e de noite, / – enquanto insistentes repetem: * / “Onde está o teu Deus?”
– Recordo saudoso o tempo * / em que ia com o povo. / – Peregrino e feliz caminhando * / para a casa de Deus, / – entre gritos, louvor e alegria * / da multidão jubilosa.
– Por que te entristeces, minh’alma, * / a gemer no meu peito? / – Espera em Deus! Louvarei novamente * / o meu Deus Salvador!
– Minh’alma está agora abatida, * / e então penso em vós, / – do Jordão e das terras do Hermon * / e do monte Misar.
– Como o abismo atrai outro abismo * / ao fragor das cascatas, / – vossas ondas e vossas torrentes * / sobre mim se lançaram.
– Que o Senhor me conceda de dia * / sua graça benigna / – e de noite, cantando, eu bendigo * / ao meu Deus, minha vida.
– Digo a Deus: “Vós que sois meu amparo, * / por que me esqueceis? / – Por que ando tão triste e abatido * / pela opressão do inimigo?”
– Os meus ossos se quebram de dor, * / ao insultar-me o inimigo; / – ao dizer cada dia de novo: * / “Onde está o teu Deus?”
– Por que te entristeces, minh’alma, * / a gemer no meu peito? / – Espera em Deus! Louvarei novamente * / o meu Deus Salvador!
Glória. Ant. 1. A minha alma está triste até à morte: ficai aqui e comigo vigiai.
Ant. 2. É agora o julgamento deste mundo, e seu príncipe será lançado fora.
– Tende piedade e compaixão, Deus do universo, * / e mostrai-nos vossa luz, vosso perdão! / – Espalhai vosso temor sobre as nações, * / sobre os povos que não querem procurar-vos, / – para que saibam que só vós é que sois Deus, * / e proclamem vossas grandes maravilhas.
– Levantai a vossa mão contra os estranhos, * / para que vejam como é grande a vossa força. / – Como em nós lhes demonstrastes santidade, * / assim mostrai-nos vossa glória através deles, / – para que saibam e confessem como nós * / que não há um outro Deus, além de vós!
– Renovai vossos prodígios e portentos, * / glorificai o vosso braço poderoso! / – Reuni todas as tribos de Jacó, * / e recebam, como outrora, a vossa herança.
= Deste povo que é vosso, tende pena, † / e de Israel de quem fizestes primogênito, * / e a quem chamastes com o vosso próprio nome! / – Apiedai-vos de Sião, vossa cidade, * / o lugar santificado onde habitais! / – Enchei Jerusalém com vossos feitos, * / e vosso povo, com a luz de vossa glória!
Glória. Ant. 2. É agora o julgamento deste mundo, e seu príncipe será lançado fora.
Ant. 3. O autor de nossa fé, que a leva à perfeição, aceitou sofrer na cruz, desprezando a ignomínia; mas agora está na glória, à direita de Deus Pai.
– Os céus proclamam a glória do Senhor, * / e o firmamento, a obra de suas mãos; / – o dia ao dia transmite esta mensagem, * / a noite à noite publica esta notícia.
– Não são discursos nem frases ou palavras, * / nem são vozes que possam ser ouvidas; / – seu som ressoa e se espalha em toda a terra, * / chega aos confins do universo a sua voz.
– Armou no alto uma tenda para o sol; * / ele desponta no céu e se levanta / – como um esposo do quarto nupcial, * / como um herói exultante em seu caminho.
– De um extremo do céu põe-se a correr * / e vai traçando o seu rastro luminoso, / – até que possa chegar ao outro extremo, * / e nada pode fugir ao seu calor.
Glória. Ant. 3. O autor de nossa fé, que a leva à perfeição, aceitou sofrer na cruz, desprezando a ignomínia; mas agora está na glória, à direita de Deus Pai.
Eu era como manso cordeiro levado ao sacrifício, e não sabia que tramavam contra mim: Vamos cortar a árvore em toda sua força, eliminá-lo do mundo dos vivos, para seu nome não ser mais lembrado. E tu, Senhor dos exércitos, que julgas com justiça e perscrutas os afetos do coração, concede que eu veja a vingança que tomarás contra eles, pois eu te confiei a minha causa.
R. Lembra-te de Cristo, ressuscitado dentre os mortos! * Ele é nossa salvação e nossa glória para sempre. R. Lembra-te.
V. Se com ele nós morremos, também com ele viveremos. * Ele é. Glória ao Pai. R. Lembra-te.
Ant. Ó Pai justo, o mundo não te conheceu; eu, porém, te conheci, pois me enviaste.
Ant. Ó Pai justo, o mundo não te conheceu; eu, porém, te conheci, pois me enviaste.
Imploremos a Cristo Salvador, que nos remiu por sua morte e ressurreição; e digamos:
R. Senhor, tende piedade de nós!
VÓS, que subistes a Jerusalém para sofrer a Paixão, e assim entrar na glória, conduzi vossa Igreja à Páscoa da eternidade. – R.
VÓS, que, elevado na cruz, deixastes a lança do soldado vos transpassar, curai as nossas feridas. – R.
VÓS, que transformastes o madeiro da cruz em árvore da vida, concedei de seus frutos aos que renasceram pelo batismo. – R.
VÓS, que, pregado na cruz, perdoastes o ladrão arrependido, perdoai-nos também a nós pecadores. – R.
Concedei, ó Deus, ao vosso povo, que desfalece por sua fraqueza, recobrar novo alento pela Paixão do vosso Filho. Que convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo.
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