Em live transmitida pelo Youtube, autores da coleção “Apocrypha” falam das obras recentes lançadas pela PAULUS Editora | Paulus Editora

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08/03/2022

Em live transmitida pelo Youtube, autores da coleção “Apocrypha” falam das obras recentes lançadas pela PAULUS Editora

Por Imprensa

Para falar sobre a coleção “Apocrypha”, lançada pela PAULUS Editora, os autores e tradutores Jonas Machado, Marcelo da Silva Carneiro, Paulo Augusto Nogueira e Valtair Afonso Miranda reuniram-se no dia 5 de março, numa live transmitida pelo Youtube, para falar sobre os textos apócrifos cristãos.

Segundo Paulo Nogueira, coordenador da coleção, no Brasil faltavam traduções dos textos apócrifos, relatos fundamentais da cultura cristã. Para ele, a coleção veio para preencher esta lacuna, auxiliando sobretudo estudantes e pesquisadores das áreas bíblica e teológica. “Este é o cristianismo como ele era dentre a população cristã que pertencia aos grupos subalternos, que não pensavam dogmaticamente. Eles tinham as práticas religiosas, os sistemas de narração e construíam o cristianismo a partir destes elementos”, ressaltou.

Sobre o livro “Atos Apócrifos de André”, o autor Jonas Machado explica que são textos narrativos, que contam histórias de milagres, porém sem conteúdos teológicos. “São relatos de milagres, ressurreições. São importantes porque nos mostram como as pessoas e os grupos viviam a fé. São textos que fazem parte do imaginário das crenças das primeiras comunidades”, afirma o autor.

Para ele, o fato dos textos terem resistido ao passar dos séculos assegura que os escritos tinham, de fato, grande circulação entre as primeiras comunidades. “Os textos apócrifos representam a crença de cristãos, homens e mulheres da antiguidade, que são uma parte da história do cristianismo que foi renegada por muitos séculos”, afirma o autor.

Já o livro “Atos de Paulo” oferece uma coletânea de narrativas sobre o apóstolo em várias regiões do Mediterrâneo, seguidas de seu martírio em Roma. Paulo Nogueira destacou a presença de Tecla, uma personagem que simboliza o papel das mulheres na missão cristã e um desafio à autoridade masculina daquela época. Segundo os relatos apresentados na publicação, o apóstolo Paulo conhece Tecla durante sua passagem na cidade de Icônio e, ao ouvir Paulo, fica encantada por sua mensagem. “Tecla abandona seu noivo, apaixona-se espiritualmente por Paulo e passa a segui-lo. Paulo lhe nega o batismo, mas ela se autobatiza no anfiteatro de Antioquia da Pisídia. Em seguida, com ajuda da mãe, ela financia a obra paulina”, descreve o coordenador da coleção.

O autor e tradutor Valtair Afonso Miranda explica que a obra “Apocalipse de Paulo” apresenta um relato de gênero apocalíptico que descreve o que Paulo teria visto no terceiro céu, visão mencionada pelo apóstolo na segunda carta aos Coríntios. “Neste documento, temos pouca doutrina e muita idealização cristã. Ela reflete o ideal de cristianismo do seu autor, da comunidade que o produz, provavelmente monges do Egito, segundo os estudos mais recentes, e reflete uma crise clerical, pois coloca muitos clérigos nos espaços infernais e, ao mesmo tempo, reflete com muita clareza esse ideal asceta e monástico”, esclarece o autor.

Acerca da obra “Evangelho de Nicodemos (Atos de Pilatos): Descida de Cristo ao inferno”, Marcelo Carneiro explica que os textos são divididos em duas partes: a primeira relata a Paixão de Cristo vista pela perspectiva dos judeus, em especial Nicodemos, que mostra os bastidores da discussão dos judeus a respeito de Cristo, acrescentando elementos àquele julgamento. “Vários depoimentos são feitos por pessoas que foram curadas por Jesus, o que demonstra que o povo não tinha peso perante às autoridades”, explica o autor. Na segunda parte, a publicação relata a descida de Cristo ao inferno, o que, segundo Carneiro, transparece ser uma exposição para responder o que teria acontecido com Jesus durante o tempo em que ele esteve morto. “A descida de Cristo ao inferno é uma peça muito curiosa, pois faz uma amálgama do Sheol judaico com o Hades grego”, destaca o especialista.

Para acompanhar a live, acesse o player acima ou veja aqui