Agosto – mês dedicado às vocações | Paulus Editora

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Igreja e Sociedade

01/08/2023

Agosto – mês dedicado às vocações

Por Érika Augusto

“No discernimento é o coração que nos fala de Deus, e nós devemos aprender a compreender a sua linguagem” (Papa Francisco)

Tradicionalmente, no Brasil, o mês de agosto é dedicado às vocações. Neste ano, de maneira especial, a Igreja vive o “3º Ano Vocacional”, que tem como tema: “Vocação: Graça e Missão”. Ao dedicar este período para refletir sobre esta temática, a Igreja nos convida a lançar um olhar para o chamado de Deus a cada ser humano. Para conhecer a nossa vocação, um passo essencial é o discernimento. De acordo com o papa Francisco na Audiência Geral em 19 de outubro de 2022,  “No discernimento é o coração que nos fala de Deus, e nós devemos aprender a compreender a sua linguagem”, assinala o Santo Padre. 

A cada semana, somos convidados a refletir sobre um chamado específico. No primeiro domingo, celebra-se a vocação sacerdotal – recordando que no dia 4 de agosto a Igreja Católica faz memória de São João Maria Vianney, padroeiro dos padres. No segundo domingo, junto ao dia dos pais, refletimos sobre a vocação matrimonial e familiar. A vida religiosa e consagrada é recordada no terceiro domingo do mês. A opção laical é celebrada no quarto domingo e, quando houver o quinto domingo, é celebrada a vocação do catequista. 

Reconhecer, interpretar, escolher

No documento preparatório para o XV Sínodo dos Bispos, intitulado “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”, a Secretaria Geral do Sínodo destacou três verbos imprescindíveis ao discernimento: reconhecer, interpretar e escolher. 

Segundo o documento, reconhecer consiste em perceber os acontecimentos da vida, as relações pessoais e comunitárias e quais os sentimentos e emoções experimentadas a partir destes encontros. “Trata-se de uma passagem fundamental no percurso de amadurecimento pessoal, de maneira particular para os jovens que experimentam com maior intensidade o vigor dos desejos e podem sentir-se também assustados diante deles”, ressalta. Neste processo, é importante colocar em escuta ativa da Palavra de Deus. 

Após reconhecer aquilo que se vive e experimenta, é importante interpretar, ou seja, “compreender para o que o Espírito nos chama através daquilo que suscita em cada um”. Para isso, segundo o documento, é fundamental a presença de alguém para acompanhar e orientar espiritualmente neste caminho, pode ser um leigo ou religioso. Na Audiência Geral de 4 de janeiro de 2023, sobre o Discernimento, o papa Francisco aconselha: “Narrar diante de outra pessoa o que vivemos ou o que procuramos ajuda a esclarecer a nós próprios, trazendo à luz os numerosos pensamentos que habitam em nós”. Esta pessoa, à luz da Palavra de Deus, ajuda-nos a interpretar da melhor forma aquilo que percebemos como um apelo de Deus, tendo em vista as exigências morais da vida cristã.

Por fim, após reconhecer e interpretar, somos convidados a escolher. Com liberdade e responsabilidade, o Senhor pede nossa resposta ao Seu chamado. “Promover escolhas verdadeiramente livres e responsáveis, despojando-se de toda a conivência com legados de outros tempos, permanece o objetivo de qualquer pastoral vocacional séria”, afirma o texto do Sínodo dos Bispos. 

Como vimos até aqui, a vocação está intimamente ligada ao discernimento. Seja qual for a escolha, a partir deste processo temos a confiança de que trilhamos o caminho sonhado e desejado pelo Senhor para a nossa vida. Seja na família, na vida religiosa ou na opção laical, é preciso ter no horizonte que o nosso “sim” deve estar comprometido com a vida comunitária, trabalhando em prol de uma sociedade mais justa e fraterna. 

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