3 de novembro – TODOS OS SANTOS E SANTAS | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
3 de novembro – TODOS OS SANTOS E SANTAS

OS SANTOS E SANTAS: PERTO DE DEUS E PERTO DE NÓS

A devoção aos santos tem raízes nas antigas tradições cristãs. Já a partir do século II, atestamos que os corpos dos mártires eram venerados. Os primeiros cristãos celebravam sua memória e ofereciam orações, para serem ajudados a imitar sua vida exemplar. A festa de Todos os Santos e Santas, no Oriente, já era celebrada no século IV, no domingo seguinte ao de Pentecostes. No Ocidente, foi decisiva a transformação do Panteão de Roma em basílica cristã e sua dedicação a Santa Maria e a todos os mártires em 13 de maio de 609. 

A festa surgiu nas regiões da Grã-Bretanha e foi ampliada por Gregório IV (828-844) para todo o Ocidente. Até hoje, porém, deparamo-nos com frequên­cia com a necessidade de explicar por que celebrar a festa de Todos os Santos e Santas e venerá-los. Além de ser uma tradição antiga nossa, nós, cristãos católicos, entre os artigos de nossa fé, o credo, professamos a fé nos santos: “Creio na comunhão dos santos”. Com efeito, eles estão perto de nós, por terem trilhado o caminho conosco, e perto de Deus, por estarem junto dele. O santo papa Paulo VI já afirmou que o vínculo existente entre Deus e nós se comunica até com as almas dos nossos falecidos. A mensagem de amor que lhes enviamos chega-lhes por meio do misterioso canal constituído pela comunhão dos santos. 

O conteúdo desta festa nos faz contemplar a cidade do céu – onde os santos glorificam eternamente o nome de Deus – e nos encoraja, peregrinos na terra, garantindo que também nós alcançaremos essa meta se nos apressarmos a seguir Cristo. Trata-se de multidão imensa de todos os povos, línguas e culturas que lavaram suas vestes no sangue do Cordeiro e venceram a grande tribulação; são fruto da Páscoa de Cristo, como relata a primeira leitura. As virtudes heroicas dos santos foram alimentadas pelo amor ao Filho de Deus, e sua fortaleza estava enraizada na Palavra de Deus. 

A vida dos santos e santas nos mostra até onde pode chegar o coração humano que vive em comunhão com Deus, conforme ressalta a segunda leitura. A raiz da santidade cristã é o amor de Deus Pai, que nos fez seus filhos e filhas, participantes da sua vida. O caminho, por sua vez, é o das bem-aventuranças, que Jesus seguiu antes de nos propor. O chamado à bem-aventurança brilha para todos: a escolha cabe a nós. A Igreja celebra o mistério pascal realizado nos santos e  santas cujas memórias estão incluídas no ano litúrgico, oferecendo assim aos fiéis os exemplos que os atraem ao Pai, por meio de Cristo, e confiando-os à sua intercessão fraterna.

Christian Dino Batsi, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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