27 de outubro – 30º DOMINGO DO TEMPO COMUM | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
27 de outubro – 30º DOMINGO DO TEMPO COMUM

NOVO PROJETO DE VIDA

Um cego, sentado à beira do caminho, implora ajuda. Ele representa as pessoas à espera de Alguém (Jesus) que passe por sua vida e lhes abra os olhos. É a imagem viva da humanidade decaída, necessitada da luz divina. Indiferente ao irmão cego e mendigo, a multidão segue os próprios interesses. Alguns tentam calar o infeliz, para que não incomode o Mestre que está passando. Querem tirar-lhe as poucas condições que tem para viver; não lhe permitem soltar a voz para clamar por socorro, principalmente sabendo que ali perto estava Jesus de Nazaré, de quem ouvira falar. Assim caminha grande parte da humanidade: centrada em si mesma, insensível à dor alheia.

O cego de Jericó, talvez indignado e cansado com sua miséria, imagina encontrar no “Filho de Davi” uma saída para sua desolação. Desse modo, parte para a boa luta, a fim de conseguir ao menos uma migalha da atenção do Senhor. Escancara o coração, expõe seu desespero: “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim”. Sua fé, coragem e clamores fazem Jesus parar e dar-lhe atenção. Afinal, Jesus está consciente de que veio “para que todos tenham vida e a tenham em abundância” (Jo 10,10). Então, manda chamá-lo e o faz enxergar. 

Bartimeu recupera a vista. Pode, então, ver claramente Jesus e qual é seu caminho. Libertado da cegueira, o homem pode dar seus passos livremente para qualquer lugar. Escolhe seguir Jesus, embora saiba que ele se dirige para Jerusalém, onde entregará sua vida pela salvação do mundo.

O episódio do cego mendigo nos oferece ocasião para refletir sobre a qualidade do nosso seguimento de Jesus. Ou, se quisermos, sobre como estamos desenvolvendo e praticando nossos compromissos batismais. É verdade que estamos cercados por vários empecilhos ou falta de incentivo. O próprio ambiente familiar nem sempre favorece nossa participação ativa na vida cristã.

É possível que alguns de nós estejam distantes da prática religiosa, da participação consciente na vida sacramental e na celebração da Palavra. Talvez tenhamos necessidade de um pequeno “empurrão” para as coisas de Deus. Uma atitude sábia e humilde poderia ser reconhecer-nos realmente necessitados do socorro divino e, então, clamar como o cego: “Mestre, que eu veja”. Pode ser o início de um novo projeto de vida.

Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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