1º de setembro – 22º DOMINGO DO TEMPO COMUM | Paulus Editora

O Domingo – Palavra
1º de setembro – 22º DOMINGO DO TEMPO COMUM

A PRÁTICA RELIGIOSA QUE AGRADA A DEUS

No tempo de Jesus, os mestres da Lei e os fariseus dividiam o mundo em duas categorias: a dos puros e a dos impuros. Para apoiar esse conceito – que eles aprendiam e ensinavam no templo –, criaram muitas regrinhas que demonstravam em que consistia sua pureza, baseando-a em ritos ligados à limpeza das mãos, dos utensílios de cozinha e ao banho antes das refeições. Quem não cumprisse esses “pequenos deveres” ficava automaticamente excluído do grupo dos “puros”. Nesse sentido, os de fora, os que tinham uma religião diferente do judaísmo, nem podiam entrar no templo. Dava-se importância às práticas cultuais, enquanto se deixava de lado a fraternidade humana e a justiça social. 

Então, entra em cena o Mestre Jesus, que tem em mente bem outras preocupações. Afinal, ele havia alimentado uma multidão de famintos. Ele sabe e sente que é urgente corrigir essa mentalidade. Por isso, explica que a impureza é produzida dentro da pessoa, por ela mesma. Não são as mãos sujas ou limpas que determinam se a pessoa pode ou não ter acesso a Deus e ao culto. De Deus cada um se aproxima à medida que tem o coração aberto para ele. Pois é no coração que nascem as coisas boas e más. Quem pensa estar puro só por lavar-se pode estar carregado de pecados (sujeira que não se vê). Não é um simples banho com água que purifica tal pessoa, mas a misericórdia do Senhor, o qual recebe de volta o pecador arrependido. Não se honra a Deus com os lábios, se o coração está ausente. Não são as obras que garantem nossa salvação, pois o ser humano é incapaz de salvar-se sozinho. Somos salvos pelo poder de Deus.

Fiquemos, pois, alertas para não estabelecermos como fundamento de nossa vida um comportamento de fachada, feito de aparências. Ou mesmo dar a impressão de sermos pessoas puras e virtuosas. Pode acontecer que nosso interior esteja contaminado de impurezas ou irregularidades. Fujamos de uma prática religiosa formalista. O formalismo pode nos levar à realização de celebrações litúrgicas espetaculares, porém frias e distantes da amizade com Deus e com os irmãos. O que conta é a reta consciência, o desejo de entrar em comunhão com o Senhor. Desse modo, evitaremos prestar a Deus um culto vazio e ineficaz.

Pe. Luiz Miguel Duarte, ssp


O Domingo – Palavra

O objetivo deste periódico é celebrar a presença de Deus na caminhada do povo e servir às comunidades eclesiais na preparação e realização da Liturgia da Palavra. Ele contém as leituras litúrgicas de cada domingo, proposta de reflexão, cantos do Hinário litúrgico da CNBB e um artigo que trata da liturgia do dia ou de algum acontecimento eclesial.

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